Santiago de Cuba: Leonardo Sánchez, porta-voz do IPC, disse que a periodicidade dos envios será fixada de acordo com o volume de pedidos que recebam para realizá-los (Juan Barreto/AFP)
Da Redação
Publicado em 13 de julho de 2012 às 13h55.
Havana - O primeiro navio marítimo com mercadorias vindas de Miami, nos Estados Unidos, para Cuba chegou a Havana nesta sexta-feira, após 50 anos de embargo econômico entre os dois países.
A embarcação, de nome "Ana Cecilia", estava carregada com material humanitário. A chegada aconteceu com um dia de atraso devido a problemas com a documentação para ancorar no porto de Havana.
O navio, com pouco mais de 90 metros de comprimento e que em sua primeira viagem a Cuba transportava um só contêiner, entrou na baía da cidade com uma bandeira de Cuba e uma da Bolívia, já que possui registro no país sul-americano, segundo porta-voz da companhia International Port Corporation (IPC), empresa encarregada do envio.
O "Ana Cecilia" pretende inaugurar um serviço periódico de transporte de artigos catalogados como ajuda humanitária a Cuba.
Leonardo Sánchez, porta-voz do IPC, disse que a periodicidade dos envios será fixada de acordo com o volume de pedidos que recebam para realizá-los.
A companhia IPC possui as licenças exigidas pelo Departamento de Comércio e o Escritório de Controle de Bens Estrangeiros (OFAC) do Departamento do Tesouro americano para estes envios.
Através deste serviço, será permitido o transporte de todos os tipos de mercadorias consideradas pelos EUA como ajuda humanitária, o que inclui um amplo catálogo de artigos e produtos como remédios, alimentos, roupas, eletrodomésticos, móveis, material de construção, peças de veículos e geradores elétricos.
A maior parte do material é enviada por comerciantes e pessoas comuns que residem no bairro "Pequena Havana", de Miami, e da vizinha cidade de Hialeah, com grande população cubana. Os destinatários dos envios poderão recolhê-la no porto de Havana.
Em fevereiro foram completados 50 anos do embargo econômico e comercial aprovado pelo então presidente americano John F. Kennedy. Cuba alega que o dano causado pela ação gira em torno de US$ 104 milhões (R$ 212,8 milhões).