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Bancos de fomento prometem US$175 bi para transporte limpo

As instituições disseram que, mantidas as atuais tendências, o setor de transportes se tornará o maior emissor global de gases do efeito estufa até 2035

Engarrafamento: a frota brasileira de caminhões atingiu 1,7 milhão de unidades (Andre Nazareth)

Engarrafamento: a frota brasileira de caminhões atingiu 1,7 milhão de unidades (Andre Nazareth)

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Da Redação

Publicado em 20 de junho de 2012 às 23h28.

Rio de Janeiro - Os oito maiores bancos de fomento do mundo prometeram na quarta-feira investir 175 bilhões de dólares ao longo de dez anos para estimular transportes com baixas emissões de carbono na Ásia, América Latina e África, cujas cidades devem ganhar até 1 bilhão de habitantes adicionais nas próximas duas décadas.

O Banco Asiático de Desenvolvimento, o Banco Mundial e seis outros bancos multilaterais anunciaram a verba, dividida entre empréstimos e doações, durante a conferência ambiental Rio+20, onde propuseram que o transporte sustentável seja estabelecido como uma prioridade dentro da pauta de desenvolvimento da ONU.

A Parceria para o Transporte Sustentável com Baixo Carbono (SLoCat, na sigla em inglês), formada por agências da ONU, bancos de desenvolvimento e outras organizações, disse que novos sistemas de transporte são necessários para fazer frente à expansão das áreas urbanas e aos congestionamentos viários.

"O progresso que estamos testemunhando nos permite planejar para o 1 bilhão de pessoas que irão se mudar para cidades nos próximos 20 anos, e o 1 bilhão que ainda vivem na pobreza", disse Cornie Huizenga, que participa da organização da campanha da SLoCat na Rio+20.


Em declaração conjunta divulgada na quarta-feira, os bancos de fomento disseram que o aumento da renda nos países em desenvolvimento está colocando mais gente ao volante de carros, e que a falta de transporte eficiente em algumas cidades de crescimento acelerado vem provocando enormes congestionamentos, o que resulta em custos de 2 a 5 por cento dos respectivos PIBs por causa do tempo perdido e dos gastos mais elevados com transportes.

As instituições disseram que, mantidas as atuais tendências, o setor de transportes se tornará o maior emissor global de gases do efeito estufa até 2035, respondendo por 46 por cento do total de emissões.

"Esses compromissos sem precedentes têm a promessa de salvar centenas de milhares de vidas ao limpar o ar e tornar as ruas mais seguras; reduzir o congestionamento em centenas de cidades; e reduzir a contribuição do transporte para a mudança climática nociva", disse Joan Clos, diretor-executivo da UN-Habitat, agência da ONU focada no desenvolvimento urbano.

Os bancos de desenvolvimento estimam que entre 2010 e 2020 os países em desenvolvimento da Ásia precisarão de mais de 2,5 trilhões de dólares em investimentos de transporte, enquanto a América Latina precisará de 700 bilhões.

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