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Baixa participação marca as prévias presidenciais na Bolívia

Mais de 1,7 milhão de militantes de partidos políticos poderiam votar nas primárias, mas apenas 400 mil compareceram às urnas

Bolívia: a participação da militância dos nove partidos foi baixa (Courtesy of Bolivian Presidency/Reuters)

Bolívia: a participação da militância dos nove partidos foi baixa (Courtesy of Bolivian Presidency/Reuters)

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AFP

Publicado em 28 de janeiro de 2019 às 11h07.

Os bolivianos foram às urnas, neste domingo (27), em inéditas eleições primárias para escolher candidatos presidenciais para o pleito marcado para outubro deste ano, em uma polêmica votação sem concorrência e com um único pré-candidato inscrito por cada partido, com baixa participação.

Mais de 1,7 milhão de militantes de partidos políticos poderiam votar nas primárias, mas apenas 400.000 compareceram às urnas, segundo o Tribunal Supremo Eleitoral após a apuração de 90% das urnas, menos de 25% das pessoas registradas.

"De maneira geral, (as primárias) foram um sucesso (...) na primeira vez que o povo boliviano participa das eleições primárias", disse o presidente Evo Morales à emissora de rádio estatal Patria Nueva, ao minimizar as críticas da oposição, que convocara um boicote.

A participação foi baixa nos nove partidos, incluindo o Movimento ao Socialismo (MAS) de Morales, com quase um milhão de militantes registrados, mas com índice de participação de apenas 36%, após a apuração de 79% das urnas.

A apuração diz respeito apenas a quantas pessoas votaram, já que não havia disputa entre candidatos. Cada legenda inscreveu apenas uma chapa formada pelo pré-candidato a presidente e a vice-presidente.

Nos oito partidos opositores, que convocaram um boicote, a participação foi ainda menor, com apenas 5% de média.

Segundo a oposição, as primárias foram promovidas pelo governo para alavancar a polêmica candidatura de Morales para um quarto mandato sucessivo (2000-2025). O Tribunal Constitucional validou sua pré-candidatura em 2017, apesar de a população tê-la rejeitado em um referendo em 2016.

No poder desde 2006, a chapa governista é formada por Morales, primeiro presidente indígena da Bolívia, e por seu vice, Álvaro García. Ambos buscarão a reeleição em outubro.

Morales votou em uma escola em Villa Tunari, na região central de Cochabamba, e García, em um colégio em La Paz.

As outras chapas são formadas pelos ex-presidentes Carlos Mesa (Comunidade Cidadã) e Jaime Paz Zamora (Partido Democrata-Cristão), pelo ex-vice-presidente Víctor Hugo Cárdenas (Unidade Cívica Solidariedade) e pelo senador Oscar Ortiz (Bolívia Diz Não).

Outros quatro partidos nanicos completam a lista de participantes para essa disputa interna, um passo obrigatório para competir nas eleições de outubro. O Congresso também será totalmente renovado.

"Estas primárias são puro formalismo, porque, em cada partido, já há candidatos eleitos", disse à AFP o analista e professor universitário Carlos Cordero.

Ao custo de quatro milhões de dólares, a realização das primárias foi resultado de uma nova Lei de Partidos Políticos impulsionada pelo MAS, de Evo Morales, e aprovada em outubro passado.

A oposição insistiu em que se tratava de um gasto inútil, já que as primárias servirão apenas para legitimar a candidatura de Morales.

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