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Bactéria asiática do tifo é detectada na América do Sul

A bactéria foi encontrada na Ilha Chiloé, no Chile, um dos maiores territórios insulares da América, a cerca de 12.000 km de distância da região Ásia-Pacífico


	Tifo: os sintomas incluem febre alta, dor de cabeça e muscular e manchas no corpo
 (Mary Keim/Photopin)

Tifo: os sintomas incluem febre alta, dor de cabeça e muscular e manchas no corpo (Mary Keim/Photopin)

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Da Redação

Publicado em 9 de setembro de 2016 às 20h57.

Uma bactéria transmitida pela picada de ácaros de roedores silvestres que provoca o tifo do mato, uma doença que pode ser mortal e é comum em países da Ásia-Pacífico, foi detectada pela primeira vez na América do Sul - de acordo com estudo publicado esta semana New England Journal of Medicine.

A bactéria foi encontrada na Ilha Chiloé, no Chile, um dos maiores territórios insulares da América, a cerca de 12.000 km de distância da região Ásia-Pacífico, onde o tifo do mato mata ao menos 140.000 pessoas por ano.

O primeiro caso no Chile ocorreu em 2006 e, desde então, foram identificados outros sete, todos na Ilha Chiloé, aponta o estudo, realizado por pesquisadores da Universidade de Oxford, da Universidade Católica do Chile e da Universidade do Desenvolvimento, também no Chile.

Os sintomas do primeiro infectado "eram muito característicos dessa família de bactérias", o que chamou a atenção da equipe de cientistas, contou à AFP a coautora do estudo e infectologista Katia Abarca, da Rede de Saúde da Universidade Católica-Christus.

Os sintomas incluem febre alta, dor de cabeça e muscular e manchas no corpo. O mais característico, porém, é uma lesão preta na pele, similar a uma queimadura de cigarro, que é o lugar onde a bactéria se inoculou, afirma Abarca.

A doença é tratada com um tipo específico de antibiótico. No Chile, ainda não houve nenhum caso letal, embora no mundo sua incidência mortal atinja entre 7% e 10% dos infectados.

"Ainda não sabemos como chegou à Ilha Chiloé. Uma das hipóteses é que sempre tenha estado lá", diz Abarca, acrescentando que estão sendo realizados estudos para determinar se a bactéria está presente em outros lugares do país.

Como o ácaro vive em ratos silvestres, "não é provável que a doença apareça em zonas urbanas", acrescenta a especialista.

O Ministério da Saúde do Chile emitiu um alerta sanitário para todo o território.

A bactéria foi identificada pela primeira vez no Japão, em 1930, e até agora era encontrada apenas dentro do chamado Triângulo da Ásia-Pacífico, com casos confirmados do Paquistão até o oeste da Rússia e o nordeste da Austrália.

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