Michelle Bachelet: "Esta não é uma situação em que qualquer país, instituição ou líder político possa se manter à margem" (Denis Balibouse/Reuters)
EFE
Publicado em 9 de setembro de 2019 às 08h34.
Última atualização em 9 de setembro de 2019 às 08h35.
Genebra — Os incêndios que continuam devastando a Amazônia podem ter "um efeito catastrófico na humanidade" e provavelmente a magnitude dos danos, assim como o número de mortes, nunca serão conhecidos, disse nesta segunda-feira (9), a alta comissária da Organização da ONU para os direitos humanos, Michelle Bachelet.
A chilena dedicou grande parte de seu discurso no Conselho de Direitos Humanos — que iniciou três semanas de sessões em Genebra — à crise climática.
Lembrando as evidências científicas que já existem no assunto, ela argumentou que o mundo nunca viu uma ameaça de tal magnitude aos direitos humanos.
"Esta não é uma situação em que qualquer país, instituição ou líder político possa se manter à margem", enfatizou Bachelet, que colocou como um dos temas prioritários em sua agenda de trabalho que se reconheça como a mudança climática pode ser uma fonte violações extensas e graves dos direitos humanos.
Sobre os incêndios na parte brasileira da Amazônia e, em menor escala, na Bolívia e Paraguai, Bachelet pediu às autoridades desses países que apliquem sistemas de incentivos à gestão sustentável de recursos, a fim de evitar futuras tragédias.
Em relação a esta questão, a alta comissária denunciou a multiplicação de ataques contra ativistas ambientais e contra aqueles que defendem o direito dos povos indígenas a suas terras, principalmente na América Latina.
"Estou desanimada com esta violência, e também com ataques verbais contra jovens ativistas como Greta Thunberg e outros", disse ela, depois de exigir que seus direitos sejam respeitados e protegidos.
Greta Thunberg, que atualmente lidera protestos juvenis em frente à sede da ONU em Nova York, foi alvo de vários ataques verbais através das redes sociais.