Mundo

Bachelet decreta zona de catástrofe no norte do Chile

O terremoto que atingiu o país ontem deixou cinco mortos e consideráveis danos materiais


	Moradores levam seus pertences após alerta de tsunami no Chile: Bachelet tomou a decisão de recorrer às Forças Armadas para garantir a ordem pública e evitar saques
 (REUTERS/Jose Luis Saavedra)

Moradores levam seus pertences após alerta de tsunami no Chile: Bachelet tomou a decisão de recorrer às Forças Armadas para garantir a ordem pública e evitar saques (REUTERS/Jose Luis Saavedra)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de abril de 2014 às 06h58.

Santiago do Chile - A presidente do Chile, Michelle Bachelet, decretou na madrugada desta quarta-feira como zona de catástrofe as regiões de Arica e Parinacota e Tarapacá, no norte do país, que foram atingidas na noite de ontem por um terremoto de magnitude 8,2 na escala Richter, que deixou, até o momento, cinco mortos e consideráveis danos materiais.

Bachelet, que irá hoje até a região para ver de perto a dimensão da catástrofe e supervisionar as medidas adotadas, assinou um decreto de estado de exceção constitucional que, entre outras medidas, coloca as forças de segurança e da ordem sob o controle dos comandantes militares.

Ao contrário do ocorrido no terremoto de quatro anos atrás, desta vez a governante tomou imediatamente a decisão de recorrer às Forças Armadas para garantir a ordem pública e evitar saques.

Segundo a lei chilena, o estado de catástrofe é adotado pelo chefe do Estado em situações de calamidade pública e contempla a possibilidade de limitar certas garantias constitucionais, como o direito de reunião e de livre trânsito, além do confisco de bens.

Em fevereiro de 2010, a oposição criticou Bachelet por assinar o decreto dois dias depois da catástrofe, quando já tinham ocorrido graves problemas. Desta vez, a medida foi adotada cinco horas depois do terremoto.

Em um comparecimento público no Palácio de la Moneda, a sede do governo, Bachelet ressaltou que a evacuação de todo o litoral, ordenada pelas autoridades devido ao risco de tsunami, aconteceu de forma ordenada.

Além disso, anunciou que o vice-ministro do Interior, Mahmoud Aleuy, se deslocou para o norte do país para coordenar os trabalhos de ajuda acompanhado de dois generais da Força Aérea que assumirão o comando da ordem pública na região "para evitar saques e situações de desordem".


Já o ministro do Interior, Rodrigo Peñailillo, permanecerá durante toda a madrugada no Departamento Nacional de Emergências até que não haja mais risco do tsunami e seja suspensa a ordem de evacuação em todo o litoral.

As aulas foram suspensas em todos os centros educativos do norte do país, informou Bachelet, que detalhou que "o balanço total dos danos só poderá ser conhecido com o passar das horas e também quando houver luz do dia nas áreas atingidas".

Bachelet agradeceu publicamente os telefonemas dos presidentes do Peru, Ollanta Humala, e da Argentina, Cristina Kirchner, assim como do embaixador do Brasil "para oferecer toda a ajuda que fosse necessária".

"O país pôde lidar bem com estas primeiras horas de emergência", afirmou a governante, que pediu calma aos habitantes das regiões atingidas e que "sigam as orientações das autoridades".

"Tomamos as medidas necessárias para proteger as vidas e os bens das pessoas. O governo vai continuar trabalhando para lidar com essa situação de emergência e proteger nossos concidadãos", garantiu Bachelet, que suspendeu as atividades oficiais previstas para esta quarta-feira.

"Hoje viajarei para as regiões atingidas com um grupo de ministros para ver como podemos ajudar", concluiu. 

Acompanhe tudo sobre:América LatinaChileDesastres naturaisTerremotos

Mais de Mundo

Israel reconhece que matou líder do Hamas em julho, no Irã

ONU denuncia roubo de 23 caminhões com ajuda humanitária em Gaza após bombardeio de Israel

Governo de Biden abre investigação sobre estratégia da China para dominar indústria de chips

Biden muda sentenças de 37 condenados à morte para penas de prisão perpétua