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Autópsia mostra que policial atirou 6 vezes em jovem nos EUA

Morte de jovem negro desarmado por um policial branco desencadeou uma semana de manifestações e violência em Ferguson


	Policiais usam gás lacrimogêneo contra manisfestantes em Ferguson, Missouri
 (Michael B. Thomas/AFP)

Policiais usam gás lacrimogêneo contra manisfestantes em Ferguson, Missouri (Michael B. Thomas/AFP)

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Da Redação

Publicado em 18 de agosto de 2014 às 18h06.

Ferguson - Um jovem negro desarmado cuja morte por um policial branco desencadeou uma semana de manifestações e violência na cidade norte-americana de Ferguson, no Estado do Missouri, foi atingido por pelo menos seis balas, declarou um advogado da família da vítima nesta segunda-feira.

A trajetória de uma das balas indica que Michael Brown, de 18 anos, pode ter estado prestes a se abaixar e se render quando foi atingido pelo tiro fatal, disse o advogado, Daryl Parks.

Muitos detalhes da morte permanecem obscuros, e nem os policiais locais nem os federais divulgaram ainda seus próprios relatórios da autópsia.

Parks declarou que os resultados da autópsia revelaram claramente que o policial que matou Brown deveria ser preso.

Ele apresentou os resultados em uma entrevista coletiva de imprensa mostrando que uma bala atingiu Brown “bem no topo da cabeça” e outra entrou por trás de sua cabeça e saiu perto de um olho.

“Sua cabeça estava em posição rebaixada”, disse Parks. “Dados esses fatos, este policial deveria ter sido preso”.

A família Brown e manifestantes de todos os Estados Unidos têm pedido a prisão do policial há dias, mas a polícia afirmou que Darren Wilson, de 28 anos, foi colocado em licença depois da morte de 9 de agosto.

O porta-voz da polícia do condado de St. Louis, Brian Schellman, não respondeu a uma indagação sobre o motivo de o policial não ter sido detido.

O departamento está conduzindo uma investigação paralela à do Departamento de Justiça, que avalia possíveis violações de direitos civis na morte.

A ausência de uma prisão e a relutância do departamento de polícia em divulgar detalhes do incidente levaram milhares de manifestantes às ruas de Ferguson, subúrbio de St. Louis cuja população é majoritariamente negra.

Houve saques e vandalismo na esteira dos protestos. O governador do Missouri, Jay Nixon, convocou a Guarda Nacional para Ferguson nesta segunda-feira para restabelecer a calma.

No sábado, Nixon declarou estado de emergência na cidade e estabeleceu um toque de recolher da meia noite às 5h da manhã.

"Não usaremos um toque de recolher nesta noite", disse Nixon em um comunicado publicado em sua página na Internet. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, deve se reunir com o secretário da Justiça, Eric Holder, para discutir a situação em Ferguson, informou seu gabinete.

A família Brown pediu manifestações pacíficas e o fim da violência, e as forças policiais da localidade foram severamente criticadas pelo uso excessivo da força contra os manifestantes.

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