Atraso em Jirau não ameaça fornecimento de energia
Quem pode sair prejudicado por um possível replanejamento no cronograma é o próprio consórcio responsável pela obra da usina no Rio Madeira
Vanessa Barbosa
Publicado em 21 de março de 2011 às 10h48.
São Paulo - A paralisação temporária da construção da usina de Jirau, no Rio Madeira, em função de uma "rebelião" no canteiro de obras, não apresenta riscos para o suprimento energético do país. Mas pode gerar dor de cabeça para o consórcio responsável pela hidrelétrica, o Energia Sustentável do Brasil ( ESBR ), formado pelas empresas Suez Energy, Eletrosul, Chesf e Camargo Corrêa.
De acordo com o especialista Leandro Parizotto, da Ecom Energia, um replanejamento do cronograma deve frustrar as pretensões do consórcio ESBR de vender energia no mercado livre já em março 2012.
Como o fornecimento para o sistema nacional só está previsto para 2013, quanto mais cedo terminarem as obras e começarem as operações da usina, maior a possibilidade do consórcio gerar um caixa-extra.
"Mesmo se em 2013 a usina não estiver pronta e apta a operar, o consórcio responsável terá que comprar energia no mercado para cumprir o que estava contratado", diz.
Segundo o consórcio Energia Sustentável do Brasil, não há riscos disso acontecer porque as obras, que vinham em ritmo acelerado para 2012, já estão 60% concluídas.
O fato de o governo estar trabalhando com um excedente de energia superior à demanda prevista para aquele ano também afasta os riscos de baixa no suprimento energético nacional. Em construção no Rio Madeira, na cidade de Porto Velho, em Rondônia,
a usina de Jirau terá capacidade instalada 3.450MW.