Greta Thunberg: Jovem ativista é boicotada e criticada por deputados franceses (AGENCE FRANCE-PRESSE/AFP)
AFP
Publicado em 23 de julho de 2019 às 13h12.
Última atualização em 19 de setembro de 2019 às 18h53.
A adolescente sueca militante da luta contra as mudanças climáticas, Greta Thunberg, respondeu nesta terça-feira aos ataques que recebeu por falar sobre o aquecimento global, durante visita ao parlamento francês.
Vários deputados de direita e extrema direita boicotaram o discurso de Thunberg na Assembleia Nacional, e a chamaram de "guru do apocalipse" ou "profetisa de short".
"Não contem comigo para aplaudir uma profetisa de short, Prêmio Nobel do Medo", tuitou Julian Aubert, candidato a líder do partido conservador LR, enquanto o deputado ultradireitista Sébastien Chenu se recusou a "aplaudir o Justin Bieber da ecologia".
Mas Thunberg, de 16 anos, respondeu às críticas afirmando que tudo o que estava fazendo era expor os riscos aos quais o mundo, e especialmente as gerações futuras, enfrentam com o aquecimento global.
"Alguns decidiram não vir hoje, alguns optaram por não nos ouvir. Muito bem. Não são obrigados, afinal somos apenas crianças. Mas eles devem escutar a ciência. É tudo o que pedimos", frisou.
Acusou a políticos, líderes empresariais e jornalistas de não comunicarem a verdade científica e deixarem essa responsabilidade nas mãos dos jovens.
"Nós nos tornamos os errados que têm de contar às pessoas coisas que não são fáceis, porque nada querem fazer ou se atrevem a fazer", acrescentou Thunberg.
"Ou talvez não sejam suficientemente maduros para dizer as coisas como são", disse ainda em tom irônico.
Greta Thunberg deu cara a um movimento que se tornou mundial, com centenas de milhares de jovens que se reuniram em torno de seu nome em dezenas de países nas manifestações da chamada "Friday For Future" (Sexta Pelo Futuro).
No domingo, ela recebeu o Prêmio da Liberdade 2019 em Caen (noroeste da França), dedicado a quem se compromete com a luta pela liberdade em todo o mundo.
A jovem prometeu que entregará os 25.000 euros do prêmio a quatro organizações que trabalham "pela justiça climática e para ajudar às pessoas no sul do planeta afetadas pela emergência climática".