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Atentados com carro-bomba deixam sete mortos em Bagdá

As sete explosões aconteceram em menos de uma hora, por volta do meio-dia (07h00 de Brasília) em diferentes bairros da capital iraquiana

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 6 de fevereiro de 2014 às 19h23.

Pelo menos sete pessoas morreram nesta quinta-feira em Bagdá na explosão de sete carros-bomba, principalmente em bairros xiitas, horas depois que congressistas americanos criticaram o governo iraquiano por não trabalhar rápido em favor de uma reconciliação nacional.

As sete explosões aconteceram em menos de uma hora, por volta do meio-dia (07h00 de Brasília) em diferentes bairros da capital iraquiana, e deixaram mais de 40 feridos, segundo autoridades de segurança e fontes médicas.

A população de quatro dos bairros atingidos é de maioria xiita. As outras três explosões aconteceram em bairros comerciais do centro de Bagdá.

Esses atentados foram cometidos um dia depois da morte de 33 pessoas em uma série de ataques nas imediações da "Zona Verde", um setor de segurança reforçada em Bagdá, onde ficam o Parlamento e as embaixadas de Estados Unidos e Grã-Bretanha.

Nenhum grupo assumiu a autoria desses atentados até o momento. Mas em ataques anteriores, jihadistas como os do Estado Islâmico no Iraque e no Levante (EIIL) reivindicaram as ações contra bairros xiitas.

Enquanto isso, em Tuz Khurmatu, ao norte de Bagdá, um homem morreu na explosão de um carro-bomba perto da sede de um partido político curdo, e um general de polícia e seu segurança morreram em uma explosão em Baaquba, também ao norte da capital.

Na província de Nínive, insurgentes atacaram a prisão de Badush na quarta-feira à noite. Um guarda morreu e 14 ficaram feridos no ataque. Nenhum preso conseguiu fugir, de acordo com um comunicado do Ministério de Justiça.

Poucas horas antes dos ataques desta quinta, congressistas americanos haviam criticado energicamente a política do primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, acusando o governante de alimentar a onda de atentados suicidas com a lentidão na reconciliação entre xiitas e sunitas.


Em várias oportunidades, especialistas e diplomatas estrangeiros destacaram o papel da insatisfação da comunidade xiita no aumento da violência. Somente em janeiro deste ano, os ataques já deixaram mais de mil mortos.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, também fez um apelo às autoridades iraquianas para que trabalhem em favor de uma reconciliação nacional. A apenas dois meses para as eleições legislativas, o premier, o xiita Nuri al-Maliki, continua a aplicar a linha-dura.

O presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara de Representantes americana, representante Ed Royce, destacou na quarta-feira que os grupos extremistas armados sunitas se aproveitam do sentimento de "alienação" da minoria sunita, frente a um governo dominado pelos xiitas e que tem relações estreitas com seu vizinho Irã.

"A Al-Qaeda conseguiu explorar com talento a divisão confessional, e o duro controle do poder por parte de Al-Maliki deu a eles munição", denunciou Royce.

Os jihadistas do EIIL estão envolvidos em combates com as forças de segurança em Al-Anbar, uma província de maioria sunita ao oeste de Bagdá, localizada na fronteira com a Síria. Depois da invasão liderada pelos Estados Unidos ao Iraque em 2003, essa província se tornou um reduto da insurreição.

Desde o início de janeiro, integrantes do EIIL e de outros grupos armados, assim como combatentes das tribos contrárias ao governo, controlam a cidade de Fallujah e zonas de Ramadi - a 60 km e a 100 km de Bagdá, respectivamente.

As forças de segurança lançaram ofensivas e conseguiram reconquistar alguns bairros de Ramadi, mas permanecem, em sua maior parte, fora de Fallujah por medo de um banho de sangue em caso de intervenção.

Mais de 140 mil pessoas fugiram da violência na província de Al-Anbar, no maior deslocamento populacional nos últimos cinco anos no Iraque, segundo a ONU.

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