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Atentado contra tribunal em Nova Délhi mata 11 pessoas

Cerca de 2.000 pessoas estavam no local na hora da explosão; ataque ocorreu no horário de rush na região

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 7 de setembro de 2011 às 10h05.

Nova Délhi - Ao menos 11 pessoas morreram nesta quarta-feira e 64 ficaram feridas na explosão de uma bomba em frente ao Tribunal Superior de Nova Délhi, reivindicada por grupo islamita, no primeiro atentado a entidade na capital indiana desde 2008.

A deflagração ocorreu por volta das 10h14 no horário local (3h44 de Brasília) no lado de fora da corte na porta de acesso número cinco, usada normalmente pelo público em geral entrar no complexo.

"A bomba estava em uma mala. Encontramos restos dela", contou o secretário de Interior indiano, R. K. Singh.

Fontes dessa pasta citadas pela imprensa detalharam que dos 64 feridos, 15 estão em estado grave.

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"Ouvi um forte estrondo e logo em seguida cheguei ao local. Quando cheguei vi de 25 a 30 pessoas no chão, todos ensanguentados, e destroços de corpos", relatou à Agência Efe uma testemunha, o advogado Durgesh Kumar.

Kumar disse não ter visto advogados também entre as vítimas. Na versão dele as vítimas pareciam pessoas comuns que aguardavam na fila para entrar no prédio.

"O ataque ocorreu no horário de rush. Às 10h30 os juízes começam as sessões e a partir das 9h o público começa chegar para as audiências", detalhou a advogada do tribunal, Namita Roy.

Namita declarou que no complexo - que conta com nove portas de acesso equipadas com scanners para detectar explosivos - no momento do atentado poderia haver cerca de 2 mil pessoas, algumas centenas no local onde a bomba explodiu.

O Tribunal Superior de Nova Délhi fica em uma região muito central e movimentada da cidade, perto da emblemática Porta da Índia e ao lado da Galeria Nacional de Arte Moderna.

O local foi isolado por centenas de membros das forças de segurança imediatamente após a explosão, à qual sucedeu uma forte chuva monçônica que dificultou os trabalhos de resgate e a investigação das autoridades.


A partir de Bangladesh, o primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, condenou a ação. Ele estava na cidade em visita oficial e classificou o "ataque de covarde" e pediu a todas as forças políticas que "lutem" juntas "contra esta escória".

À condenação uniu-se o ministro do Interior indiano, P.Chidambaram, quem esteve no local e apelou a partir do local à população que "permaneça unida", segundo comunicado divulgado pelo seu escritório.

"O objetivo dos grupos terroristas é propagar medo e desestabilizar o país", ressaltou.

Em e-mail enviado à imprensa, o grupo caxemiriano Harkat-ul-Jihad al-Islami reivindicou o atentado, perpetrado em protesto pela condenação à morte do militante Afzal Guru por seu envolvimento no ataque ao Parlamento indiano de 2001.

"Nossa demanda é que a revogação da sentença. Caso contrário, atacaremos as cortes importantes da Índia e a Corte Suprema", ameaçou a organização islamita, que luta pela causa dos muçulmanos da Caxemira.

Essa região, de maioria muçulmana, é disputada pela Índia e Paquistão, que se enfrentaram por ela em duas guerras e outros conflitos menores desde a independência em 1947.

As autoridades indianas acusam às paquistanesas de dar refúgio e apoiar grupos extremistas que infiltram combatentes na parte indiana da Caxemira para atacar às forças de segurança.

A corte atacada nesta quarta-feira já tinha sido alvo de atentado em 25 de maio, embora na época a explosão não deixou vítimas.

Os últimos ataques de envergadura em Nova Délhi ocorreram há três anos, em setembro de 2008, quando duas ações terroristas no intervalo de duas semanas em locais movimentados da capital indiana causaram 30 mortes.

Na Índia, o alvo mais recente foi sua capital financeira, Mumbai, onde 26 pessoas morreram em julho em uma série de explosões simultâneas em três pontos da cidade.

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