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Ataques de grupos criminosos deixam 187 mortos no Haiti no final de semana, diz ONU

Crime aconteceu em Warf Jeremie, local considerado um dos subúrbios mais pobres da capital Porto Príncipe

Um manifestante anda de bicicleta em Cite Soleil durante um protesto exigindo a renúncia do presidente Jovenel Moise, em Porto Príncipe, Haiti, em 27 de setembro de 2019. - A raiva retumbou na sexta-feira na capital haitiana, Porto Príncipe, onde milhares protestaram nas ruas contra a crise política - manifestações nas quais uma delegacia de polícia foi atacada. (Foto de CHANDAN KHANNA / AFP) (O crédito da foto deve ser lido como CHANDAN KHANNA/AFP via Getty Images) (CHANDAN KHANNA / AFP/Getty Images)
EFE

Agência de Notícias

Publicado em 9 de dezembro de 2024 às 09h51.

Ao menos 187 pessoas morreram no final de semana em ações lideradas pelo líder de um poderoso grupo criminoso que opera em Porto Príncipe, capital do Haiti, segundo informou nesta segunda-feira, 9, o Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos(ACNUDH), Volker Türk.

Os acontecimentos foram registrados na zona de Cité Soleil, elevando para 5.000 o número de pessoas assassinadas no contexto de caos e violência que assola o Haiti, segundo dados verificados pela organização de direitos humanos chefiada pelo alto comissário.

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“Precisamos parar o fluxo de armas para o Haiti”, pediu Türk em uma coletiva de imprensa que realizou em Genebra por ocasião do Dia Internacional dos Direitos Humanos, comemorado todo dia 10 de dezembro.

Por sua vez, uma organização de direitos humanos relatou que mais de 120 pessoas, a grande maioria com mais de 60 anos, foram assassinadas com facas e facões por um grupo criminoso cujo líder os acusou de terem praticado bruxaria para que seu filho ficasse gravemente doente.

O massacre ocorreu em Warf Jeremie, setor costeiro de Cité Soleil, um dos subúrbios mais pobres e violentos de Porto Príncipe, controlado pela gangue armada Viv Ansamm, liderada por Mikanor Altes, conhecido como "Wa Mikano", também chamado de Monel Felix.

A ONG Rede para a Paz e o Desenvolvimento (CDP-Haiti na sigla francesa) afirmou que"Wa Mikano" recorreu a um sacerdote voodoo devido à doença do filho e disse-lhe que os mais velhos lhe prejudicaram com mau-olhado, o que teria causado o massacre.

“Apesar destas ações, a criança morreu na tarde de domingo”, acrescentou a CDP em um comunicado.

Os grupos criminosos controlam mais de 80% da capital e arredores, enquanto a polícia e a missão de estabilização da ONU não dispõem dos meios necessários para restaurar a ordem e a segurança.

Embora os combates entre os grupos tenham diminuído em 2024, os ataques contra a população, as autoridades policiais e as infraestruturas vitais do país dispararam, além de um aumento geral da violência sexual.

O Haiti é o país mais pobre das Américas e cerca de 5,4 milhões de pessoas (metade da sua população) sofrem de fome aguda.

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