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Ataque contra blitz policial deixa 18 mortos na China

Em Xinjiang, no noroeste da China, o governo chinês proibiu que parte da população desta conflituosa região realizasse o jejum do Ramadã


	Mesquita em Xinjiang, na China: na região de Xinjiang os uigures (que são islâmicos) costumam entrar em conflito com os han, a principal etnia do país
 (Mark Ralston/AFP)

Mesquita em Xinjiang, na China: na região de Xinjiang os uigures (que são islâmicos) costumam entrar em conflito com os han, a principal etnia do país (Mark Ralston/AFP)

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Da Redação

Publicado em 24 de junho de 2015 às 06h37.

Pequim - Pelo menos 18 pessoas morreram em um ataque com armas brancas e uma bomba contra uma blitz policial na região de Xinjiang, no noroeste da China, depois que o governo chinês proibiu que parte da população desta conflituosa região realizasse o jejum do Ramadã, o mês sagrado do Islã.

A "Radio Free Asia" (RFA), um meio financiado pelos Estados Unidos, informou nesta quarta-feira que o incidente ocorreu na segunda-feira na cidade de Kashgar, centro histórico e cultural da etnia uigur, que professa a religião islâmica e é majoritária em Xinjiang.

Nessa região autônoma da China, os uigures costumam entrar em conflito com os han, a principal etnia do país, pois afirmam que são discriminados pelos mesmos.

Aparentemente, o ataque começou quando um carro acelerou ao chegar à blitz policial e o motorista atropelou um policial, que acabou com uma fratura na perna.

"Então, dois suspeitos saíram do carro e mataram com facadas outros dois agentes que tinham se aproximado para ajudar seu colega", declarou ao meio "Turghun Memet" um oficial de uma delegacia de polícia próxima.

Os agentes de trânsito, que não portavam armas, pediram reforços, mas quando estes chegaram, segundo o "Memet", outros três suspeitos tinham se aproximado do local em uma moto e atacaram o dispositivo policial com explosivos, matando três agentes e ferindo outros quatro, segundo a versão do oficial.

Nesse momento, a polícia armada matou 15 suspeitos "que consideramos terroristas", de acordo com a versão oficial.

Um policial de uma delegacia de Kasghar confirmou o ataque, mas não precisou o número de mortes.

"Alguns estão dizendo que todos os suspeitos foram mortos, enquanto outros dizem que alguns ficaram feridos e foram transferidos para um hospital", disse à "RFA" esse agente, sob a condição de anonimato, e detalhou que "entre três e oito mulheres estavam envolvidas no ataque".

Em circunstâncias como estas, segundo o agente, as informações sobre o ocorrido são restritas e sequer são oferecidos detalhes à polícia.

O agente destacou que o ataque ocorreu durante o mês do Ramadã e que teve "grande efeito" nos moradores da cidade. "A situação está muito tensa atualmente", acrescentou.

Um vendedor de comida que trabalha próximo do local onde ocorreu o incidente relatou outra versão do ocorrido.

"Vi gente correndo em todas as direções para salvar sua vida quando a polícia começou a disparar, inclusive muitas mulheres que estavam chorando e gritando desesperadas", disse à "RFA". Além disso, o vendedor negou que alguma mulher estivesse envolvida no ataque.

Um trabalhador aposentado, que também não quis se identificar, comentou que tinha ouvido da polícia que "28 pessoas morreram no incidente, incluídos seis suspeitos do ataque e três policiais, enquanto as outras vítimas eram pessoas que passavam pelo local".

"Parece que os policiais que chegaram ao local estavam em pânico ou encorajados pela política de mão dura, porque começaram a disparar indiscriminadamente e muita gente que não tinha qualquer relação com o ataque morreu", acrescentou a fonte.

O aposentado considerou que o incidente tinha sido uma resposta às restrições "extremas" impostas durante o mês do Ramadã.

"Se essas restrições tivessem sido impostas em outras partes do mundo muçulmano, teriam ocorrido incidentes violentos em grande escala, mas os uigures não têm como se defender e esta é sua reação", opinou. EFE

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