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Ataque com explosivos a base militar deixa pelo menos 2 mortos e 26 feridos na Colômbia

Cessar-fogo com o ELN foi suspenso em agosto, em meio a turbulências nas conversações de paz que ocorrem desde 2022

Agência o Globo
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Publicado em 18 de setembro de 2024 às 07h52.

Última atualização em 18 de setembro de 2024 às 07h56.

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Pelo menos dois soldados morreram e 26 ficaram feridos, nesta terça-feira, 17, em um ataque com explosivos contra uma base militar no Leste da Colômbia. A ação foi atribuída ao Exército de Libertação Nacional (ELN), informaram autoridades, em plena crise nas negociações de paz com a guerrilha.

"Praticamente é uma ação que fecha com sangue um processo de paz", disse o presidente Gustavo Petro, sem dar mais detalhes na noite de terça-feira, durante evento na sede presidencial.

Os ataques da guerrilha, contra objetivos militares, intensificaram-se desde o início de agosto, quando o cessar-fogo, em vigor desde 2023, foi suspenso em meio a turbulências nas conversações de paz que decorrem desde o fim de 2022.

O “ataque terrorista” foi registrado na cidade de Puerto Jordán, no departamento de Arauca, na fronteira com a Venezuela, onde “o GAO (Grupo Armado Organizado) ELN utilizou artefatos explosivos improvisados”, informou anteriormente o Exército colombiano.

“Apesar dos esforços médicos, dois dos soldados profissionais feridos não conseguiram sobreviver devido à gravidade dos ferimentos”, afirmou o Ministério da Defesa na rede social X.

Frente Domingo Laínz Sáenz

Os mortos são os soldados Julián Patiño e Bairon Correa, confirmaram as Forças Armadas, em comunicado divulgado após as 19h (hora local).

Cinco soldados ficaram “gravemente feridos”, enquanto outros 21 feridos permanecem “fora de perigo”, segundo o último relatório.

“Rejeito o ataque covarde em Puerto Jordán, Arauca, onde os terroristas usaram artefatos explosivos artesanais lançados de um caminhão basculante”, disse o comandante do Exército, general Luis Emilio Cardozo, no X.

O último boletim das Forças Armadas indica que o ataque é “atribuído” à Frente de Guerra Domingo Laín Sáenz, que opera na região.

Tropas do Exército capturaram duas pessoas que “viajavam em motocicletas que acompanhavam” o caminhão carregado de explosivos.

Vários dos militares afetados foram levados de ambulância ao município de Arauca, capital do departamento de mesmo nome.

O Ministério da Defesa acrescentou que um grupo de 18 soldados feridos foi levado a um hospital militar em Bogotá.

Processo de paz em crise

Em agosto, o ministro da Defesa, Iván Velásquez, anunciou a retomada da ofensiva militar contra o ELN, após o fim do cessar-fogo.

O ELN apontou o “descumprimento” por parte do governo dos acordos assinados durante os ciclos de negociação realizados desde o fim de 2022 em Cuba, Venezuela e México.

Naquela época, a guerrilha exigiu que o governo a retirasse da lista de “Grupos Armados Organizados”, nome oficial dos principais grupos criminosos.

No início de setembro, um ataque atribuído ao ELN no município de Tame, também em Arauca, matou dois militares num posto de controle instalado em uma estrada da região.

Dias depois, o Exército também ligou a guerrilha ao ataque a um oleoduto no Norte do departamento de Boyacá, zona fronteiriça com a Venezuela, operado por uma subsidiária da petrolífera estatal Ecopetrol.

Petro, o primeiro presidente de esquerda na história da Colômbia, tenta neutralizar o conflito armado de seis décadas conversando com as guerrilhas e alguns poderosos grupos criminosos ligados ao tráfico de drogas.

"Uma mesa de negociações não pode continuar em meio ao sangue de nossos soldados (...) O ELN não entendeu a mensagem e a política de paz do presidente Petro", disse o ministro do Interior, Juan Fernando Cristo, sem mencionar se os ciclos de negociações continuarão.

Em atividade desde 1964, o ELN tem cerca de 5.800 membros, segundo a inteligência militar.

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