Ataque ao ministério das Relações Exteriores da Líbia deixa três mortos
A chancelaria referiu-se a um ataque suicida realizado por terroristas. Entre os mortos, há um diplomata, diretor de departamento no ministério
AFP
Publicado em 26 de dezembro de 2018 às 10h24.
Três pessoas morreram, incluindo um diplomata líbio, na terça-feira em um ataque terrorista reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI) contra o ministério das Relações Exteriores líbio, em Trípoli.
Três "soldados do califado" com cinturões de explosivos e equipados com armas automáticas conseguiram "atacar a sede central do ministério das Relações Exteriores do governo apóstata líbio no centro de Trípoli", afirma o grupo extremista EI, que reivindicou o atentado nas redes sociais, segundo o Centro Especializado de Vigilância de Movimentos Jihadistas (SITE), que tem sede nos Estados Unidos.
De acordo com o ministério da Saúde líbio, 21 pessoas ficaram ferias no ataque.
Em comunicado, a chancelaria referiu-se a um ataque suicida realizado por terroristas. Entre os três mortos, há um diplomata, diretor de departamento no ministério, informou a fonte da segurança. A identidade das outras duas vítimas não foi revelada.
Tarak al-Dawass, porta-voz das forças especiais, afirmou que um carro-bomba explodiu em frente ao prédio. As forças de segurança foram até o local e houve combates em seu interior.
No segundo andar, houve uma segunda explosão, provocada por um suicida, afirmou o porta-voz. Um segundo invasor morreu na explosão da maleta que portava, e um terceiro foi morto pelas forças de segurança, segundo Dawass.
Testemunhas e a imprensa informaram anteriormente sobre uma explosão e um tiroteio no ministério. O ataque foi realizado por "invasores terroristas", afirmou o canal de TV do Governo de União Nacional (GNA), citando fontes anônimas do ministério.
A Líbia está mergulhada no caos desde a queda do regime de Muamar Khadafi, em 2011, e é dirigida por dois grupos rivais: o GNA, com base em Trípoli, reconhecido pela comunidade internacional, e um gabinete paralelo instalado no leste, apoiado pelo Exército Nacional Líbio (ANL), autoproclamado pelo marechal Jalifa Haftar.
O caos, as divisões causadas pelas lutas de poder e a insegurança crônica facilitaram com que o país se tornasse um refúgio de jihadistas, que realizaram vários ataques nos últimos anos.
Uma conferência internacional sobre a Líbia foi realizada em novembro na Itália - em meio às divisões persistentes entre os líbios -, para tentar fazer com que o país, de 6 milhões de habitantes, engatasse um processo político que levasse a eleições. Mas o boicote de uma das figuras-chave para a estabilização da Líbia, o marechal Haftar, que controla a maior parte do leste do país, enfraqueceu, desde o início, o encontro internacional.
Por outro lado, os países europeus, além de se preocuparem com a presença de jihadistas na Líbia, expressaram preocupação com a situação dos migrantes no país. Dezenas de milhares de pessoas tentam ganhar as costas europeias a partir da Líbia, onde os traficantes são muito atuantes.