Catherine Ashton, chefe da diplomacia europeia: primeira reunião bilateral do dia foi qualificada como "produtiva" pelo porta-voz de Ashton (Denis Balibouse/Reuters)
Da Redação
Publicado em 22 de novembro de 2013 às 09h05.
Genebra - A chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, se reuniu com representantes das delegações do grupo 5+1 para informar sobre conteúdo de seu encontro desta manhã com o ministro das Relações Exteriores do Irã, Javad Zarif, que durou cerca de duas horas.
A primeira reunião bilateral do dia foi qualificada como "produtiva" pelo porta-voz de Ashton, Michael Mann.
Os EUA, Rússia, Reino Unido, França e China - os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU -, mais Alemanha, participam desde quarta-feira de uma terceira rodada de negociações, que a princípio deve terminar hoje, com a equipe negociadora iraniana formada após a chegada ao poder do presidente Hassan Rohani.
As negociações foram muito intensas até agora, particularmente entre Zarif e Ashton, que depois informa sobre o avanço ou os pontos de divergência entre os representantes do G5+1.
Pelo lado do G5+1, a negociação é coordenada por Ashton, que recebeu este mandato do Conselho de Segurança da ONU.
As reuniões plenárias entre as sete partes desta negociação foram limitadas e quando ocorreram foram breves.
Apesar do ministro iraniano e Ashton passarem várias horas reunidos, sabe-se que persistem diferenças em pontos-chave da negociação e que os avanços concretos foram muito poucos.
A delegação iraniana se referiu publicamente aos mal-entendidos que tinham diminuído a confiança de seus interlocutores, o G5+1, que há vários anos tenta obter do Irã compromissos para garantir a natureza pacífica de seu programa nuclear.
Estes passam, do lado iraniano, por deter de forma imediata o enriquecimento de urânio a 20%, que poderia se transformar no elemento base de uma bomba nuclear e que gera grande inquietação na comunidade internacional.
O acordo que é perseguido, segundo anteciparam os negociadores, terá uma vigência limitada de seis meses, durante os quais se passaria a uma segunda fase negociadora para alcançar um acordo integral que aborde todas as preocupações de uma e outra parte.
O Irã quer que os Estados Unidos e os países da União Europeia, em particular, reduzam as sanções econômicas impostas.
O que ocorrer hoje será decisivo para o futuro deste processo, pois um fracasso afastaria a possibilidade de um acordo com o Irã.
Por outro lado, se for possível acordar os pontos mais significativos de discórdia, pode-se esperar a chegada neste fim de semana a Genebra dos responsáveis das Relações Exteriores do G5+1 para carimbar o ansiado acordo.