Mundo

Assessor de Snowden critica EUA por insistir em extradição

Advogado russo acusou americanos de desprezarem direitos humanos por conta da insistência na extradição do ex-técnico da CIA

Anatoli Kucherena, assessor legal do ex-técnico da CIA, Edward Snowden: "postura dos políticos e diplomatas dos EUA demonstra que eles não se importam com os direitos e as liberdades fundamentais do seu humano", disse (Tatyana Makeyeva/Reuters)

Anatoli Kucherena, assessor legal do ex-técnico da CIA, Edward Snowden: "postura dos políticos e diplomatas dos EUA demonstra que eles não se importam com os direitos e as liberdades fundamentais do seu humano", disse (Tatyana Makeyeva/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 25 de julho de 2013 às 12h29.

Moscou - O advogado russo, Anatoli Kucherena, assessor legal do ex-técnico da CIA, Edward Snowden, acusou nesta quinta-feira os EUA de desprezarem os direitos humanos por conta da insistência na entrega o fugitivo reclamado pela Justiça americana.

"Tal postura dos políticos e diplomatas dos EUA demonstra que eles não se importam com os direitos e as liberdades fundamentais do seu humano", disse Kucherena à agência "Interfax".

O advogado russo considera que a exigência dos EUA de que a Rússia entregue o jovem americano acusado de espionagem "não corresponde com as normas internacionais".

"Praticamente, eles pedem que a Rússia discrimine um cidadão americano que solicitou asilo temporário ao país e cometa uma clara violação dos direitos humanos", apontou.

Na sua opinião, a atitude de Washington "é absolutamente inadmissível em relação a uma pessoa que pediu asilo temporário", o que "não concorda com os princípios básicos de liberdade e democracia que o Governo dos EUA sempre disse defender".

"Eles chegaram ao ponto de exigir que a Rússia coloque Edward em um avião para enviá-lo a Washington, por assim dizer, como um objeto qualquer", apontou.

Kucherena destacou que, "neste caso, a parte russa atua exclusivamente no marco das normas internacionais".


O advogado se reuniu mais uma vez com Snowden na zona de passagem do aeroporto moscovita de Sheremetievo, onde o fugitivo se encontra confinado desde 23 de junho.

"Para ele interessava sobretudo saber em que estado de tramitação se encontra sua solicitação de asilo temporário. Certamente que ele ficou decepcionado, mas disse que está disposto a ter paciência e esperar por uma reposta positiva", comentou.

Ontem, quando completou uma semana desde que Snowden solicitou formalmente asilo na Rússia, foi informado que o jovem já tinha recolhido seus pertences e que cruzaria a fronteira e seria um homem livre.

No entanto, Snowden não recebeu o recibo de solicitação de asilo por parte do Serviço Federal de Migração (SFM) da Rússia, um certificado imprescindível para abandonar a zona de passagem do aeroporto da capital russa.

Kucherena explicou que a solicitação de asilo de Snowden emperrou com a burocracia russa, embora tenha se mostrado convencido de que a "situação se resolverá em breve".

O secretário de Estado americano, John Kerry, pediu ontem por telefone a seu colega russo, Sergei Lavrov, que faça "o correto" no caso de Snowden, ao mesmo tempo em que assegurou que se o ex-técnico voltar aos EUA, "terá um jugalmento justo".

Por sua vez, a porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki, advertiu que "qualquer atuação que permita que Snowden abandone o aeroporto seria profundamente decepcionante".

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaEdward SnowdenEspionagemEstados Unidos (EUA)EuropaPaíses ricosRússia

Mais de Mundo

Refugiados sírios tentam voltar para casa, mas ONU alerta para retorno em larga escala

Panamá repudia ameaça de Trump de retomar o controle do Canal

Milei insiste em flexibilizar Mercosul para permitir acordos comerciais com outros países

Trump escolhe Stephen Miran para chefiar seu conselho de assessores econômicos