Exame Logo

Assassino de famosa paquistanesa não se arrepende do crime

Qandeel Baloch foi morta pelo próprio irmão, que disse que ela mantinha um "comportamento intolerável"

Qandeel Baloch: "sim, certamente a estrangulei", confessou Muhammad Wasim, irmão da modelo (Reprodução/Facebook/Qandeel Baloch Official)
DR

Da Redação

Publicado em 17 de julho de 2016 às 14h03.

São Paulo - O irmão de Qandeel Baloch, modelo paquistanesa popular nas redes sociais por suas publicações sensuais, mas condenada pelos conservadores, afirmou neste domingo que não está arrependido de tê-la matado "por seu comportamento intolerável".

"Sim, certamente a estrangulei", confessou Muhammad Wasim em uma entrevista coletiva organizada pela polícia na cidade de Multan.

"Estava no primeiro andar, enquanto nossos pais dormiam no andar de cima. Eram 22h45 quando lhe dei um comprimido e a matei", descreveu Wasim, que disse ter agido sozinho.

Qandeel, cujo nome verdadeiro era Fauzia Azeem, foi assassinada na noite da última sexta-feira, na residência da família em Multan. Seu irmão foi preso ontem, após ser denunciado pelo pai, e, neste domingo, compareceu ao tribunal, ao qual deverá retornar na próxima quarta-feira para uma audiência.

Milhares de mulheres morrem anualmente no Paquistão em crimes de honra. Em muitos casos, os assassinos, que costumam ser parentes da vítima, não são punidos, porque a legislação permite que as famílias os perdoem.

O assassinato comoveu o Paquistão, e uma vigília foi realizada ontem em Lahore, enquanto uma petição por justiça já reuniu milhares de assinaturas.

A jovem foi enterrada hoje, perto da casa da família. Embora alguns a considerassem uma Kim Kardashian do Paquistão, outros acreditam que ela foi uma ativista que lutava pelos direitos das mulheres.

Em sua última publicação no Facebook, em 4 de julho, Qandeel dizia querer mudar "a típica mentalidade ortodoxa das pessoas", e agradeceu aos seguidores "por entenderem a mensagem que tento passar através de minhas publicações e vídeos ousados".

"Qandeel foi uma pessoa muito astuta, que sabia que o que fazia era algo maior do que ser a menina má mais amada no Paquistão", disse à AFP a ativista e jornalista Aisha Sarawari. "Seu assassinato representa um novo retrocesso para as mulheres da nossa geração", lamentou.

Benazir Jatoi, que trabalha na Aurat Foundation, ONG local que defende os direitos legais e políticos das mulheres, afirmou que "há muitos culpados pela morte de Qandeel".

"Ela representava muitas mulheres paquistanesas que morrem assassinadas por uma sociedade que dá carta branca para os homens", denunciou.

Veja também

São Paulo - O irmão de Qandeel Baloch, modelo paquistanesa popular nas redes sociais por suas publicações sensuais, mas condenada pelos conservadores, afirmou neste domingo que não está arrependido de tê-la matado "por seu comportamento intolerável".

"Sim, certamente a estrangulei", confessou Muhammad Wasim em uma entrevista coletiva organizada pela polícia na cidade de Multan.

"Estava no primeiro andar, enquanto nossos pais dormiam no andar de cima. Eram 22h45 quando lhe dei um comprimido e a matei", descreveu Wasim, que disse ter agido sozinho.

Qandeel, cujo nome verdadeiro era Fauzia Azeem, foi assassinada na noite da última sexta-feira, na residência da família em Multan. Seu irmão foi preso ontem, após ser denunciado pelo pai, e, neste domingo, compareceu ao tribunal, ao qual deverá retornar na próxima quarta-feira para uma audiência.

Milhares de mulheres morrem anualmente no Paquistão em crimes de honra. Em muitos casos, os assassinos, que costumam ser parentes da vítima, não são punidos, porque a legislação permite que as famílias os perdoem.

O assassinato comoveu o Paquistão, e uma vigília foi realizada ontem em Lahore, enquanto uma petição por justiça já reuniu milhares de assinaturas.

A jovem foi enterrada hoje, perto da casa da família. Embora alguns a considerassem uma Kim Kardashian do Paquistão, outros acreditam que ela foi uma ativista que lutava pelos direitos das mulheres.

Em sua última publicação no Facebook, em 4 de julho, Qandeel dizia querer mudar "a típica mentalidade ortodoxa das pessoas", e agradeceu aos seguidores "por entenderem a mensagem que tento passar através de minhas publicações e vídeos ousados".

"Qandeel foi uma pessoa muito astuta, que sabia que o que fazia era algo maior do que ser a menina má mais amada no Paquistão", disse à AFP a ativista e jornalista Aisha Sarawari. "Seu assassinato representa um novo retrocesso para as mulheres da nossa geração", lamentou.

Benazir Jatoi, que trabalha na Aurat Foundation, ONG local que defende os direitos legais e políticos das mulheres, afirmou que "há muitos culpados pela morte de Qandeel".

"Ela representava muitas mulheres paquistanesas que morrem assassinadas por uma sociedade que dá carta branca para os homens", denunciou.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaAssassinatosCrimeMulheresPaquistão

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame