Assange pede à UE que elabore leis para proteger informantes
"O medo dos processos fez com que muitos veículos de imprensa não tenham se atrevido a publicar os Panama Papers", lamentou Assange
Da Redação
Publicado em 7 de abril de 2016 às 15h14.
Bruxelas - O fundador do Wikileaks, Julian Assange , pediu nesta quinta-feira à União Europeia (UE) que elabore leis para proteger os jornalistas ou informantes que revelam grandes escândalos como os Panama Papers.
"O medo dos processos fez com que muitos veículos de imprensa não tenham se atrevido a publicar os Panama Papers", lamentou Assange em uma videoconferência durante um fórum sobre jornalismo realizado hoje no Parlamento Europeu (PE).
No debate, organizado por eurodeputados da Esquerda Unitária Europeia (GUE/NGL), Assange destacou a necessidade de proteger os informantes e o direito de livre expressão para "evitar que se repitam abusos", como os vividos por ele próprio.
"É preciso dar aos informantes um espaço para respirar, uma margem através das instituições, além de leis de proteção", pediu Assange.
Assange recomendou que Eurocâmara impulsione o projeto para que a UE "recupere a legitimidade política" e que os novos veículos de comunicação "recebam mais apoio e possam contribuir para renovar o projeto político europeu".
"A maneira de reverter a situação passa por criar uma atmosfera em nível comunitário na qual os europeus constatem que têm liberdade de imprensa como condição sine qua non do projeto europeu", destacou Assange.
Por outro lado, o fundador do Wikileaks alertou que, apesar de o acesso global à internet ter acabado com alguns monopólios da imprensa, foram criados outros grandes grupos como o Google, "que abrange 80% do mercado de publicidade online, além de ser um fornecedor de conteúdo, um motor de busca e um servidor de e-mails".
"A comunicação pela internet está destruindo a capacidade de controle tradicional e permite que surjam novas ideias, mas não podemos adormecer. As coisas podem, inclusive, piorar", afirmou.
Para o fundador do Wikileaks, a solução para evitar o monopólio da informação de novas grandes empresas passa por "potencializar economias de escala e integrar os produtores de conteúdo".
Após os vazamentos de documentos confidenciais realizados pelo Wikileaks, Assange permanece confinado desde 2012 na embaixada do Equador em Londres para evitar ser extraditado à Suécia, país que pediu sua prisão depois de acusá-lo pelo crime de assédio sexual, algo que o fundador do Wikileaks nega.
Assange pediu asilo ao Equador após ter esgotado todas as vias legais no Reino Unido para evitar ser extraditado. Ele teme que as autoridades suecas o enviem para os Estados Unidos, onde poderia enfrentar um julgamento militar pelos segredos sobre a segurança americana revelados pelo Wikileaks.
"Se você acredita em algo, é preciso pagar um preço", afirmou Assange, garantindo que os quatro anos na embaixada equatoriana em Londres "valeram a pena".
Outros responsáveis por grandes vazamentos também estão exilados, como o ex-analista da CIA Edward Snowden, que vive na Rússia após ter revelado um esquema mundial de espionagem americana feito através da Agência de Segurança Nacional (NSA).
Além disso, o ex-funcionário do banco britânico HSBC Hervé Falciani, que revelou informações sobre personalidades que tinham contas na Suíça, caso que ficou conhecido como SwissLeaks, cumpre pena de seis anos de prisão por ter cometido violações de segredo comercial e bancários de seus clientes.
Bruxelas - O fundador do Wikileaks, Julian Assange , pediu nesta quinta-feira à União Europeia (UE) que elabore leis para proteger os jornalistas ou informantes que revelam grandes escândalos como os Panama Papers.
"O medo dos processos fez com que muitos veículos de imprensa não tenham se atrevido a publicar os Panama Papers", lamentou Assange em uma videoconferência durante um fórum sobre jornalismo realizado hoje no Parlamento Europeu (PE).
No debate, organizado por eurodeputados da Esquerda Unitária Europeia (GUE/NGL), Assange destacou a necessidade de proteger os informantes e o direito de livre expressão para "evitar que se repitam abusos", como os vividos por ele próprio.
"É preciso dar aos informantes um espaço para respirar, uma margem através das instituições, além de leis de proteção", pediu Assange.
Assange recomendou que Eurocâmara impulsione o projeto para que a UE "recupere a legitimidade política" e que os novos veículos de comunicação "recebam mais apoio e possam contribuir para renovar o projeto político europeu".
"A maneira de reverter a situação passa por criar uma atmosfera em nível comunitário na qual os europeus constatem que têm liberdade de imprensa como condição sine qua non do projeto europeu", destacou Assange.
Por outro lado, o fundador do Wikileaks alertou que, apesar de o acesso global à internet ter acabado com alguns monopólios da imprensa, foram criados outros grandes grupos como o Google, "que abrange 80% do mercado de publicidade online, além de ser um fornecedor de conteúdo, um motor de busca e um servidor de e-mails".
"A comunicação pela internet está destruindo a capacidade de controle tradicional e permite que surjam novas ideias, mas não podemos adormecer. As coisas podem, inclusive, piorar", afirmou.
Para o fundador do Wikileaks, a solução para evitar o monopólio da informação de novas grandes empresas passa por "potencializar economias de escala e integrar os produtores de conteúdo".
Após os vazamentos de documentos confidenciais realizados pelo Wikileaks, Assange permanece confinado desde 2012 na embaixada do Equador em Londres para evitar ser extraditado à Suécia, país que pediu sua prisão depois de acusá-lo pelo crime de assédio sexual, algo que o fundador do Wikileaks nega.
Assange pediu asilo ao Equador após ter esgotado todas as vias legais no Reino Unido para evitar ser extraditado. Ele teme que as autoridades suecas o enviem para os Estados Unidos, onde poderia enfrentar um julgamento militar pelos segredos sobre a segurança americana revelados pelo Wikileaks.
"Se você acredita em algo, é preciso pagar um preço", afirmou Assange, garantindo que os quatro anos na embaixada equatoriana em Londres "valeram a pena".
Outros responsáveis por grandes vazamentos também estão exilados, como o ex-analista da CIA Edward Snowden, que vive na Rússia após ter revelado um esquema mundial de espionagem americana feito através da Agência de Segurança Nacional (NSA).
Além disso, o ex-funcionário do banco britânico HSBC Hervé Falciani, que revelou informações sobre personalidades que tinham contas na Suíça, caso que ficou conhecido como SwissLeaks, cumpre pena de seis anos de prisão por ter cometido violações de segredo comercial e bancários de seus clientes.