Assange deixa comando do WikiLeaks, mas continua na equipe editorial
Programador nomeou como novo editor-chefe o jornalista islandês Kristinn Hrafnsson
EFE
Publicado em 27 de setembro de 2018 às 12h49.
Londres .- O australiano Julian Assange , que está refugiado na embaixada do Equador em Londres desde 2012, deixou o comando do WikiLeaks , mas permanecerá na equipe editorial, segundo informou o próprio portal.
Assange não pode continuar na direção do portal porque está "incomunicável" há seis meses, após o governo equatoriano ter restringido suas comunicações.
O programador, que desde o fim do ano passado é naturalizado equatoriano, nomeou como novo editor-chefe o jornalista islandês Kristinn Hrafnsson.
"Devido às extraordinárias circunstâncias nas quais Julian Assange, fundador do WikiLeaks, está retido incomunicável (exceto pelas visitas dos advogados) há seis meses, enquanto permanece arbitrariamente detido na embaixada do Equador, Assange nomeou Kristinn Hrafnsson como editor-chefe do WikiLeaks", afirmou o perfil do portal no Twitter.
"Condeno o tratamento dado Julian Assange, que leva ao meu novo cargo, mas aceito a responsabilidade de garantir a continuidade do importante trabalho baseado nos ideais do WikiLeaks", declarou Hrafnsson.
Assange, de 47 anos, não sai da embaixada desde 2012 por temer que as autoridades britânicas o deportem aos Estados Unidos, onde pode ser julgado por divulgar desde 2010 vários documentos militares e diplomáticos confidenciais.
O fundador do WikiLeaks obteve o asilo do Equador após o fracasso do processo legal no Reino Unido para impedir sua extradição à Suécia, onde em 2010 foi acusado de supostos crimes sexuais, um caso que acabou sendo arquivado.
Assange combateu essa extradição porque temia que a Suécia o entregasse aos EUA. O fundador do Wikileaks envergonhou o governo americano em 2010 ao vazar milhares de telegramas diplomáticos que puseram em evidência países de todo o mundo.
As relações entre o jornalista, que sofre problemas de saúde, e o governo equatoriano pioraram nos últimos tempos, mas o governo do país ainda tenta negociar com a Inglaterra uma via para tirar o australiano da embaixada. EFE