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Assange apresenta denúncia contra diplomatas do Equador por espionagem

De acordo com o advogado do fundador do WikiLeaks, os diplomatas do Equador teriam vazado informações pessoais do ativista

Assange deixou a embaixada do Equador em Londres após uma denuncia de espionagem (Henry Nicholls/Reuters)

Assange deixou a embaixada do Equador em Londres após uma denuncia de espionagem (Henry Nicholls/Reuters)

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Reuters

Publicado em 29 de abril de 2019 às 16h02.

Última atualização em 13 de junho de 2019 às 11h53.

Quito — O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, apresentou nesta segunda-feira uma denúncia à Procuradoria-Geral do Equador contra vários diplomatas que trabalhavam na embaixada do país em Londres, onde o ativista permaneceu asilado por sete anos.

Assange responsabiliza os diplomatas por uma espionagem que gerou um caso de extorsão, no qual estariam envolvidos três espanhóis. A denúncia foi inicialmente apresentada à Audiência Nacional da Espanha.

O advogado de Assange no Equador, Carlos Poveda, disse que os diplomatas podem ter cometido até quatro crimes, entre eles vazamento de informações e violação de segredo profissional.

O fundador do WikiLeaks quer que a investigação chegue até o chanceler do Equador, José Valencia, e também a outros integrantes da missão diplomática do país em Londres, que o vigiavam durante o período em que permaneceu na embaixada.

"O governo do Equador acusou Assange de espionagem dentro da embaixada. Na verdade, a espionagem vinha deles", afirmou Poveda.

Os diplomatas, segundo o advogado, teriam vazado informações pessoais do ativista. Poveda não quis revelar a quem esses dados foram repassados, mas destacou que há oito envolvidos no caso.

Em março deste ano, o editor-chefe do WikiLeaks, Kristinn Hrafnsson, denunciou que três pessoas de nacionalidade espanhola pediram a ele 3 milhões de euros para que as informações pessoais de Assange não fossem divulgadas na internet.

"Esses fatos geraram extorsão em Madri, já que (os suspeitos espanhóis) exigiram a entrega de 3 milhões de euros pela não divulgação dessas informações", afirmou o advogado.

Entre os dados vazados pelos diplomatas estaria exames médicos realizados por Assange durante o período em que ficou na embaixada, de 2012 até abril deste ano, depois de o Reino Unido ter aceitado sua extradição à Suécia em um caso de assédio sexual.

Entregue às autoridades britânicas no último dia 11, o ativista australiano encara mais uma vez processos na Justiça. No Reino Unido, ele é acusado de violar medidas cautelares. Já os Estados Unidos querem a extradição de Assange pela divulgação de milhares de documentos secretos do governo através do WikiLeaks.

Os espanhóis que teriam tentado chantagear o editor-chefe do WikiLeaks obtiveram informações e fotos de documentos da estratégia jurídica que a defesa de Assange preparava caso o Equador decidisse retirar o asilo político concedido a ele.

"Sem nenhum tipo de autorização e de maneira ilegal, os funcionários da embaixada tiraram essas fotos, violando o segredo profissional", disse o advogado do ativista.

Além dos diplomatas, na denúncia também estariam envolvidos alguns integrantes da última equipe de segurança que conviveu com Assange na embaixada. Eles eram funcionários da empresa equatoriana Promsecurity.

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