Julian Assange: em 19 de junho, Assange, que nega as acusações, completou quatro anos asilado na embaixada equatoriana (Getty Images)
EFE
Publicado em 16 de novembro de 2016 às 09h59.
Londres - A equipe legal do fundador do Wikileaks, Julian Assange, revelou nesta quarta-feira que apelará ao governo do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, para que feche a investigação criminosa que pesa nesse país sobre o australiano.
O jornalista, de 45 anos, foi submetido na segunda-feira e terça-feira na embaixada do Equador em Londres, onde vive asilado desde 2012, a um interrogatório sobre um suposto crime de estupro pelo qual é reclamado pela Justiça da Suécia.
A advogada da equipe de Assange Jennifer Robinson afirmou hoje que o ativista cooperou no interrogatório e acredita que a Promotoria sueca considere agora o caso de maneira "imparcial e objetiva" para poder fechá-lo.
"É importante lembrar que (Assange) nunca foi formalmente acusado e que já foi absolvido pelo anterior promotor", disse a advogada em declarações divulgadas hoje pela agência de notícias britânica Press Association (PA).
Robinson acrescentou que a equipe legal que defende a causa do australiano "confia e espera" que o promotor sueco chegue a "essa mesma conclusão".
A advogada lembrou que nos EUA está aberta desde 2010, com a Administração de Barack Obama, uma investigação criminal sobre Assange com relação aos milhares de cabos diplomáticos que este divulgou através de seu portal Wikileaks.
"Durante esse tempo, pedimos repetidamente que essa investigação se feche com base em que viola a Primeira Emenda" e limita a liberdade de expressão e informação, explicou.
Robinson disse que sua equipe já entrou em contato com o governo de Obama, "de maneira mais recente há alguns de meses", e afirmou que continuarão fazendo "com os futuros governos americanos até que a investigação fique fechada".
O promotor equatoriano Wilson Toainga tomou declaração nesta semana do ativista, com base em um lista de perguntas formuladas pelo Ministério da Justiça sueco.
Estocolmo reivindica a extradição do jornalista por seu suposto envolvimento em quatro crimes de caráter sexual, três dos quais prescreveram em agosto.
O mais grave, um suposto estupro "em grau menor" a uma jovem enquanto dormia, continua vigente até 2020.
Na sessão de perguntas estiveram presentes a chefe adjunta da Instrução Sumarial da Promotoria de Vasteras (Suécia), Ingrid Isgren, e a inspetora da polícia sueca Cecilia Redell.
Em 19 de junho, Assange, que nega as acusações, completou quatro anos asilado na embaixada equatoriana, após perder um longo processo legal no Reino Unido que decidiu a favor de sua entrega à Suécia.
Assange rejeita essa opção pois teme ser enviado desde lá aos EUA, onde enfrentaria um tribunal militar pelas filtragens feitas por seu portal sobre o governo americano.