"Foto do Ano" pelo 60º World Press Photo Contest: assassinato do embaixador russo na Turquia, por Burhan Ozbilici, da Associated Press (© Burhan Ozbilici/AP)
Gabriela Ruic
Publicado em 13 de fevereiro de 2017 às 17h29.
Última atualização em 14 de fevereiro de 2017 às 17h11.
São Paulo – Uma das imagens mais fortes de 2016 foi eleita a Foto do Ano pelo júri do 60º World Press Photo Contest, uma das maiores e mais consagradas honrarias da fotografia mundial e que é concedida pela World Press Photo Foundation.
A foto mostra o momento do assassinato do embaixador russo na Turquia, Andrey Karlov, pelo policial turco Mevlüt Mert Altıntas em uma galeria de artes em Ancara (Turquia). A imagem foi registrada pelo fotógrafo Burhan Ozbilici, da agência de notícias Associated Press, em 19 de dezembro de 2016. (Relembre o caso)
O profissional estava cobrindo a abertura de uma exposição fotográfica sobre a Rússia quando Altintas disparou contra o diplomata. Desafiando a tensão e o pânico do episódio, Ozbilici começou a fotografar o ocorrido. Ao chegar na redação da agência horas depois, deparou-se com o registro agora icônico que conseguiu fazer.
“Foi uma decisão difícil”, disse Mary F. Calvert, representante do júri. “Mas, no fim, sentimos que a Foto do Ano era uma imagem explosiva que realmente transmitiu o ódio de nossos tempos”, explicou.
A edição 2017 do prêmio contou com a participação de 5.034 fotógrafos de 125 diferentes países e que submeteram 80.408 imagens. Os prêmios foram dados para 45 fotógrafos de 25 países. Confira abaixo alguns dos vencedores do World Press Photo Contest 2017. Todas as imagens apresentadas nesta matéria tiveram o seu uso permitido pela organização.
A imagem registrada pelo fotógrafo Jonathan Bachman mostra a ativista Ieshia Evans protestando contra a brutalidade policial em uma manifestação na cidade de Baton Rouge, Louisiana (EUA) em julho de 2016.
Registrada pela canadense Amber Bracken, a imagem mostra a tropa de choque da polícia americana dispersando uma manifestação contra a construção de um gasoduto na Dakota do Norte com balas de borracha, sprays de pimenta e tasers. O projeto, no entanto, foi criticado por ativistas e membros da tribo Sioux por afetar locais considerados sagrados.
Nesta categoria, o fotógrafo brasileiro Lalo de Almeida, do jornal Folha de S. Paulo, ficou na segunda colocação por seu trabalho de registro de vítimas do vírus da Zika no Brasil. A foto abaixo é uma das premiadas.
A foto registrada por Paula Bronstein em Kabul, no Afeganistão, ficou na primeira colocação nesta categoria. Ela mostra Najib segurando seu sobrinho Shabir, ferido em um atentado em março de 2016.
Registrada pelo fotógrafo chileno Tomas Munita para o jornal The New York Times, essa imagem mostra o clima em uma barbearia nos dias seguintes ao anúncio da morte de Fidel Castro, líder da Revolução Cubana.
A primeira colocação nesta categoria ficou com essa imagem de Lauren Van Stockt para o jornal francês Le Monde e mostra forças especiais do exército do Iraque em uma operação de busca de membros do Estado Islâmico (EI) nos arredores de Mosul.
Daniel Berehulak, do jornal The New York Times, ficou em primeiro com um ensaio sobre a onda de assassinatos extrajudiciais que vem acontecendo em Manila, nas Filipinas, como resultado da política ostensiva de repressão ao tráfico e uso de drogas do presidente Rodrigo Duterte. Mais de 2 mil pessoas foram mortas por policiais só em 2016, mas há 3.500 mortes ainda não solucionadas.
Entre os projetos de longo prazo, o trabalho de Valery Melnikov sobre o conflito armado que devasta o leste da Ucrânia desde 2014 foi o vencedor.
Em primeiro nesta categoria, a imagem campeã foi essa abaixo, de Francis Perez. Ela mostra uma tartaruga presa em redes de pesca no mar de Tenerife, Ilhas Canárias.
Brent Stirton, para a revista National Geographic, foi o premiado nesta categoria com seu trabalho sobre o Parque Nacional Kruger, a maior reserva de rinocerontes do planeta, na fronteira entre a África do Sul e Moçambique.
Magnus Wennman, do jornal sueco Aftonbladet, ficou em primeiro lugar nesta categoria com a foto de uma menina iraquiana cuja família foi forçada a deixar o seu lar em Mosul por conta da escassez de itens essenciais e o medo da violência do Estado Islâmico.
Registrada por Tom Jenkins, do The Guardian, esta imagem mostra o momento em que a atleta Nina Carberry caiu de seu cavalo durante uma competição em Liverpool, Inglaterra, realizada em abril de 2016.
Registro feito por Jamal Taraqai mostra o momento em que advogados ajudavam feridos durante uma explosão em um hospital em Quetta, Paquistão, que matou ao menos 70 pessoas. A maioria delas eram advogados que se encontravam no local para prestar condolências para a família de um colega assassinado horas antes.
Nesta categoria, outro brasileiro foi premiado. Felipe Dana, da Associated Press, ficou em terceiro por seu registro de uma explosão de um carro próximo da cidade de Mosul, durante a batalha contra o Estado Islâmico em novembro de 2016.