Área de Damasco, na Síria, atingida por bombardeio em 8 de dezembro (Omar Haj Kadour/AFP)
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Publicado em 30 de dezembro de 2024 às 15h14.
A história da humanidade é marcada pelo surgimento de centros urbanos que funcionaram como berços de civilizações, testemunhando os primeiros avanços tecnológicos, culturais e sociais. Entre esses lugares, algumas cidades se destacam por terem sido habitadas de forma contínua por milhares de anos.
Essas cidades não apenas resistiram ao tempo, mas também conservaram elementos únicos de suas culturas, arquiteturas e tradições, passando por diferentes civilizações, conquistas e transformações históricas. Elas são exemplos vivos de resiliência e continuidade, oferecendo um vislumbre de como nossos antepassados viviam, trabalhavam e se organizavam.
Localizadas em regiões como o Oriente Médio, Europa e Norte da África, essas cidades antigas continuam desempenhando papéis importantes no presente. Mesmo com os desafios modernos, como guerras e urbanização, elas preservam seus patrimônios culturais e recebem visitantes que desejam se conectar com a história de forma tangível.
Neste texto, exploramos as sete cidades mais antigas do mundo que ainda são habitadas, destacando suas origens, evoluções e o que as torna tão especiais no cenário global.
Considerada a cidade mais antiga do mundo, Jericó possui evidências de habitação que remontam a cerca de 11 mil anos. Localizada no vale do rio Jordão, Jericó está situada a 258 metros abaixo do nível do mar, sendo também a cidade mais baixa do mundo. Escavações arqueológicas na região revelaram ruínas de muralhas que datam de 8.000 a.C., destacando seu papel como um dos primeiros centros urbanos da história. Atualmente, Jericó é habitada por cerca de 20 mil pessoas e atrai turistas interessados em explorar suas ruínas históricas, como o Tel Es-Sultan, sítio arqueológico que marca a antiga cidade.
Com vestígios de ocupação entre 8.000 e 10.000 a.C., Damasco é uma das cidades mais antigas continuamente habitadas. Seu desenvolvimento como centro urbano começou por volta de 3.000 a.C., e hoje ela se destaca como a capital da Síria. Ao longo dos séculos, Damasco foi governada por diversas civilizações, incluindo arameus, romanos e árabes, moldando sua rica herança cultural. A cidade é conhecida por suas mesquitas históricas, como a Grande Mesquita dos Omíadas, e por seu antigo souk (mercado), que continua sendo um ponto de encontro para a população local.
Alepo, uma das cidades mais afetadas pela guerra civil síria, possui uma história que remonta a milhares de anos. Escavações arqueológicas indicam que já havia ocupação na região há mais de 4 mil anos. Durante a antiguidade, Alepo foi um importante centro comercial na Rota da Seda, conectando o Oriente Médio à Ásia e à Europa. A cidadela de Alepo, uma imponente fortaleza no coração da cidade, simboliza sua resiliência histórica. Embora tenha sofrido extensos danos nos últimos anos, esforços de reconstrução visam preservar o legado de uma das cidades mais antigas do mundo.
Faium, a cidade mais antiga do Egito ainda habitada, possui evidências de ocupação desde 7.200 a.C. Originalmente conhecida como Crocodilópolis, era dedicada ao culto do deus crocodilo Sobek, uma das divindades mais importantes da mitologia egípcia. Localizada no fértil vale do rio Nilo, Faium prosperou como um centro agrícola e religioso. Até hoje, o Canal Bahr Yussef, uma antiga obra de engenharia que liga a cidade ao Nilo, continua a irrigar as plantações locais. Além de sua importância histórica, Faium atrai visitantes interessados em explorar o oásis de Qarun e suas paisagens desérticas.
Biblos foi fundada por volta de 5.000 a.C. e desempenhou um papel crucial no comércio da antiguidade. Localizada no litoral do Líbano, a cidade era conhecida por exportar papiro, material usado na escrita, para outras regiões do Mediterrâneo, o que lhe conferiu seu nome, derivado da palavra grega para "livro". Atualmente, Biblos é um importante destino turístico, com atrações como o castelo cruzado, o porto antigo e uma série de templos fenícios que atestam sua longa história. Sua inclusão na lista de Patrimônios Mundiais da Unesco destaca a importância cultural e histórica da cidade.
Com ocupação contínua desde 4.000 a.C., Sídon foi uma das cidades mais importantes da civilização fenícia, conhecida por sua habilidade em navegação e comércio marítimo. Sídon era famosa pela produção de corante púrpura, extraído de moluscos, um produto altamente valioso na antiguidade. A cidade também possui uma longa conexão com figuras históricas, como Alexandre, o Grande, que conquistou a cidade em 333 a.C. Hoje, Sídon mantém vestígios de seu passado glorioso, incluindo o Castelo do Mar, uma fortaleza construída pelos cruzados, e o tradicional souk, que atrai visitantes de todo o mundo.
Considerada uma das cidades mais antigas da Europa, Plovdiv tem evidências de habitação desde 6.000 a.C. Inicialmente um assentamento dos trácios, Plovdiv tornou-se um importante centro durante o período romano, conhecido por seu anfiteatro bem preservado, que ainda é usado para apresentações culturais. A cidade possui um centro histórico charmoso, com ruas de paralelepípedos e casas coloridas do século XIX. Plovdiv foi escolhida como Capital Europeia da Cultura em 2019, reforçando sua importância histórica e cultural no continente europeu.