Mundo

Argentinos comparecem às urnas para eleições legislativas

No pleito, os argentinos devem eleger 127 deputados nacionais com mandato até 2017 e 24 senadores com mandato até 2019


	Esta é uma eleição vital na metade do mandato de Cristina Kirchner, que se recupera de uma cirurgia
 (Michele Tantussi/Bloomberg)

Esta é uma eleição vital na metade do mandato de Cristina Kirchner, que se recupera de uma cirurgia (Michele Tantussi/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de outubro de 2013 às 09h33.

Mais de 30 milhões de argentinos estão convocados a votar neste domingo em eleições legislativas que renovam metade da Câmara dos Deputados e um terço do Senado.

Esta é uma eleição vital na metade do mandato da presidente Cristina Kirchner, que se recupera de uma cirurgia para a extração de um hematoma no crânio realizada em 8 de outubro.

No pleito, os argentinos devem eleger 127 deputados nacionais com mandato até 2017 e 24 senadores com mandato até 2019.

Na Câmara, a governista Frente para a Vitória tem maioria absoluta atualmente, o que permite iniciar sessões. No Senado, acontece o mesmo, mas com o apoio dos aliados.

Pela primeira vez, os jovens de entre 16 e 18 anos têm o direito ao voto, graças a uma lei aprovada recentemente.

Antes apenas os maiores de 18 anos tinham o direito ao voto.

Eleita em 2007 e reeleita em 2011, Cristina Kirchner, de 60 anos, acompanhará as eleições da residência presidencial de Olivos, onde se recupera da cirurgia.

O problema de saúde deixou a presidente afastada da última parte da campanha e ela deve permanecer em repouso nas próximas semanas.

As eleições são uma prova de fogo para a situação, que põe em jogo sua maioria nas duas câmaras e servirão para delinear o caminho para a sucessão da presidente em 2015, quando termina seu segundo mandato, sem possibilidade de reeleição de acordo com o que estabelece a Constituição.


Pesquisas de opinião apontam uma derrota do governo nos principais distritos do país, embora estimem que seu partido, a Frente para a Vitória, permanecerá como a força mais votada em nível nacional, como aconteceu nas primárias de 11 de agosto, quando foram eleitos candidatos para as legislativas.

Se isto se repetir, a situação vai manter a maioria parlamentar que recuperou em 2011, quando obteve 54,11% nas eleições gerais, quando Kirchner foi reeleita e parte do Congresso foi renovada.

No entanto, a derrota nos distritos chave marcará o último período do governo Kirchner, que a oposição define como um "fim de ciclo" kirchnerista, iniciado pelo falecido ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2007).

Na estratégica província de Buenos Aires, principal cenário político da disputa eleitoral - 40% do colégio nacional -, o afilhado político governista Martín Insaurralde está cinco pontos atrás do peronista opositor Sergio Massa, ex-chefe de gabinete de Kirchner, segundo as pesquisas.

Massa, prefeito de Tigre de 41 anos, aspira a uma vitória contundente que o situe em bom caminho para as presidenciais de 2015, enquanto a situação carece até agora de uma figura que o aglutine e conte com o beneplácito da presidente.

O governador de Buenos Aires, Daniel Scioli, aspira a ser o homem da presidente para 2015, embora sua figura sempre tenha sido vista com receio no governo. Uma ampla vitória de Massa em seu distrito o deixará debilitado.

As pesquisas antecipam uma segunda vitória de Massa, o opositor mais votado em Buenos Aires (35%) nas primárias.

Embora a Frente para a Vitória tenha resultado na força mais votada nas primárias, o partido perdeu nos principais distritos, entre eles nas províncias de Santa Fé e Córdoba, terceiro e quarto distritos em número de eleitores.

Também perdeu na capital federal (quarto distrito), reduto do prefeito Mauricio Macri (direita), outro dos aspirantes para 2015 e cujo partido PRO busca se projetar em nível nacional com pesquisas favoráveis em Santa Fé e Entre Rios, embora de escassa penetração na província de Buenos Aires, chave para qualquer tentativa para as presidenciais.

Em Santa Fé, reduto socialista desde 1989, o líder desta força e ex-governador Hermes Binner é outro dos presidenciáveis para 2015.

O partido que integra, a Frente Cívica e Social, obteve 41% nas primárias do distrito e espera-se que repita os bons resultados este domingo.

As eleições começaram às 8H00 locais (9H00 de Brasília) e terminarão às 18H00 (19H00) nos 24 distritos do país.

Desde a manhã de sexta-feira e até as 21H00 de domingo vigora a lei eleitoral que proíbe atos de campanha e a difusão de pesquisas de intenção de voto, embora um vazio legal exclua a proibição às redes sociais Twitter e Facebook.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaArgentinaCristina KirchnerEleiçõesPolíticos

Mais de Mundo

Governo de Bangladesh restaura internet após protestos

Israel promete ‘revanche’ contra Hezbollah após foguete matar 12 em campo de futebol

'Farei com que se respeite o resultado eleitoral', diz Maduro após votar em Caracas

Maduro pede desculpas por impedir entrada de ex-mandatários que observariam eleições

Mais na Exame