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Argentina enfrenta críticas por desvio de fundos públicos

''Houve um rombo de 240 milhões de pesos (US$ 53,8 milhões), dizem os jornais

Rede criminosa que teria desviado pelo menos 70 milhões de pesos (US$ 15,6 milhões) em verbas públicas (Chris McGrath/Getty Images)

Rede criminosa que teria desviado pelo menos 70 milhões de pesos (US$ 15,6 milhões) em verbas públicas (Chris McGrath/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 16 de maio de 2012 às 19h18.

Buenos Aires - A oposição argentina acusou nesta quarta-feira o governo da presidente Cristina Kirchner de ''falta de controle'' dos fundos públicos devido ao caso de desvio e lavagem de dinheiro que resultou na prisão de ex-diretores da Fundação Mães da Praça de Maio.

''Houve um rombo de 240 milhões de pesos (US$ 53,8 milhões), dizem os jornais. A presidente e todos seus funcionários lhe deram o dinheiro (ao ex-advogado da fundação Sergio Schoklender) sem nenhuma fiscalização'', acusou o prefeito de Buenos Aires, o conservador Mauricio Macri.

Ex-advogado da Fundação Mães da Praça de Maio, Sergio Schoklender foi detido nesta terça-feira por ordem do juiz Norberto Oyarbide, que também determinou a prisão de seu irmão Pablo Schoklender e do contador Alejandro Gotkin.

Todos eles são acusados de integrar uma rede criminosa que teria desviado pelo menos 70 milhões de pesos (US$ 15,6 milhões) em verbas públicas destinadas ao plano governamental de construção de casas ''Sueños Compartidos'' da fundação, disseram porta-vozes judiciais à imprensa local.

''O que está acontecendo, meritíssimo, não há nenhuma responsabilidade? Ninguém votou em Schoklender, ele não disputou nenhuma eleição'', ironizou Macri, investigado por Oyarbide em uma causa por escutas telefônicas ilegais. ''Claramente há aqui um manejo que preocupa'', insistiu o prefeito ao pôr em xeque a independência do magistrado.

Porta-vozes da União Cívica Radical (UCR), segunda maior força política do país, disseram à Agência Efe que o partido social-democrata cogita relançar sua proposta do ano passado para a instalação de uma comissão no Parlamento - atualmente controlado pelo governo - para investigar o ocorrido.

A necessidade de uma investigação do caso é também defendida pela legenda opositora Coalizão Cívica, declarou a ex-deputada Elsa Quiroz, dirigente do grupo, que reúne setores de centro-direita, centro-esquerda e independentes.

Sergio Schoklender ''andava trocando cheques do governo por dinheiro'' e ''há provas de que gastava além da conta'' e sobre o uso de ''empresas que depois desapareciam'', ressaltou Quiroz, que se destacou por ser muito ativa em impulsionar a investigação judicial do caso.

O caso provocou dezenas de demandas apresentadas por trabalhadores e provedores da fundação em tribunais comerciais por falta de pagamento de seus respectivos serviços.

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