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Arábia Saudita estudará autorização para mulheres dirigirem

A reivindicação será discutida nas próximas reuniões do Conselho Consultivo, que desde fevereiro do ano passado conta com 30 mulheres entre seus 150 membros


	Mulheres numa loja de lingerie, na Arábia Saudita: a Arábia Saudita é regida por uma estrita interpretação da lei islâmica, que impõe a segregação de sexos em espaços públicos.
 (Amer Hilabi/AFP)

Mulheres numa loja de lingerie, na Arábia Saudita: a Arábia Saudita é regida por uma estrita interpretação da lei islâmica, que impõe a segregação de sexos em espaços públicos. (Amer Hilabi/AFP)

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Da Redação

Publicado em 20 de março de 2013 às 16h07.

Riad - O Conselho Consultivo da Arábia Saudita aceitou pela primeira vez em sua história um pedido para estudar se autoriza às mulheres a dirigir, informou nesta quarta-feira o site do jornal saudita 'Al Sharq'.

O presidente da Comissão de Direitos Humanos desse órgão, Suleiman al Zaidi, explicou ao site que o pedido foi apresentado por um dos membros do Conselho Consultivo e esteve acompanhado por mais de três mil assinaturas de homens e mulheres.

A reivindicação será discutida nas próximas reuniões do Conselho Consultivo, que tem uma função meramente assessora e que desde fevereiro do ano passado conta com 30 mulheres entre seus 150 membros, um passo histórico no ultraconservador reino wahhabista.

Al Zaidi propôs a formação de um comitê assessor e executivo para elaborar os mecanismos religiosos, de segurança e sociais sobre a condução feminina para preparar a sociedade para aceitar essa ideia, envolvida em polêmica há anos.

Uma das novas integrantes do Conselho Consultivo, Labna al Ansari, destacou que a simples discussão desta causa e que se permita à mulher expressar sua opinião já é considerado um fato histórico para a mulher saudita.

No entanto, uma de suas companheiras de tendência conservadora, Haja al Manie, expressou sua rejeição à ideia com o argumento que há assuntos mais importantes para as mulheres.

A Arábia Saudita é regida por uma estrita interpretação da lei islâmica, que impõe a segregação de sexos em espaços públicos. As mulheres não podem dirigir nem viajar para fora do país sem um homem da família ou tutor, entre outras restrições.

Dentro de uma série de tímidas reformas, o rei Abdallah bin Abdul Aziz Al-Saud ordenou nos últimos dois anos que se permita à mulher participar como candidata e como eleitora nas eleições municipais e sua entrada no Conselho Consultivo. 

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