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Arábia Saudita desiste de cadeira no CS da ONU

Em sua declaração, sauditas deixaram clara sua insatisfação com a incapacidade da ONU em tornar o Oriente Médio uma região livre de armas de destruição em massa

Reunião do Conselho de Segurança: descontentamento saudita é produto de divergências com seu aliado histórico, os Estados Unidos (Mario Tama/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 18 de outubro de 2013 às 16h56.

A Arábia Saudita rejeitou um assento rotativo no Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta sexta-feira e denunciou "os padrões dúbios" da entidade.

Em sua declaração, os sauditas deixaram clara sua insatisfação com a incapacidade da ONU em tornar o Oriente Médio uma região livre de armas de destruição em massa, uma referência velada ao arsenal nuclear não declarado de Israel e às ambições iranianas em dar seguimento a seu programa nuclear.

"O fracasso do Conselho de Segurança em tornar o Oriente Médio uma zona livre de todas as armas de destruição em massa, seja por causa de sua incapacidade de dominar os programas nucleares de todos os países da região (...), é um sinal e uma prova da incapacidade do Conselho de Segurança para desempenhar as suas funções e responsabilidades", argumentou o Ministério de Relações Exteriores da Arábia Saudita.

O descontentamento saudita é produto de divergências com seu aliado histórico, os Estados Unidos, que se acumulam nos últimos dois anos, incluindo a maneira como Washington vem tratando questões no Oriente Médio com palestinos, e particularmente com Egito e Síria.

Essa insatisfação se mostrou mais evidente quando o ministro do Exterior, Saud al-Faisal, se recusou a fazer discurso agendado para a Assembleia Geral da ONU no mês passado.

A recusa do discurso ocorreu pouco depois de os EUA entrarem em acordo com a Rússia para evitar ataque aéreo norte-americano contra a Síria. Bashar Assad é aliado dos russos. O Kremlin conseguiu costurar o acordo para que o ataque fosse evitado logo após o massacre de civis com uso de armas químicas que ocorreu na Síria. A Arábia Saudita, por sua vez, é a principal financiadora, com armas e dinheiro, dos rebeldes sírios que tentam derrubar o governo de Assad.

No documento que explica a recusa da cadeira no Conselho de Segurança, divulgado nesta sexta-feira, a Arábia Saudita volta a tocar no assunto alegando que a ONU "permitiu que o regime sírio matasse pessoas" e usasse armas químicas diante do "mundo inteiro sem enfrentar quaisquer penalidades".

Outro episódio que pode ter desgastado a relação entre sauditas e norte-americanos foi a recente ligação telefônica entre o presidente Barack Obama e o novo presidente do Irã, Hassan Rohani. O ato é simbólico, mas mostra a disposição dos EUA de dialogar com os iranianos, inimigos regionais da Arábia Saudita.

O Conselho de Segurança da ONU é formado por cinco membros permanentes, com poder de veto, e mais dez assentos rotativos, eleitos a cada dois anos. As cadeiras permanentes são ocupadas por EUA, Rússia, China, França e Grã-Bretanha.

Diplomatas e funcionários da ONU disseram mais cedo que a atitude de não aceitar a indicação é provavelmente sem precedentes. Críticos da decisão disseram que a melhor forma de ser ouvido em casos de segurança nacional é exatamente fazer parte do conselho, e que a decisão é contraditória e petulante.

O Ministério de Relações Exteriores saudita pediu desculpas por não aceitar o assento apenas um dia depois de o país ter sido eleito como um dos 10 membros não permanentes do Conselho de Segurança. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon disse que soube da notícia pela mídia, e que ainda não recebeu comunicado oficial a esse respeito. Fontes: Associated Press e Dow Jones Newswires.

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A Arábia Saudita rejeitou um assento rotativo no Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta sexta-feira e denunciou "os padrões dúbios" da entidade.

Em sua declaração, os sauditas deixaram clara sua insatisfação com a incapacidade da ONU em tornar o Oriente Médio uma região livre de armas de destruição em massa, uma referência velada ao arsenal nuclear não declarado de Israel e às ambições iranianas em dar seguimento a seu programa nuclear.

"O fracasso do Conselho de Segurança em tornar o Oriente Médio uma zona livre de todas as armas de destruição em massa, seja por causa de sua incapacidade de dominar os programas nucleares de todos os países da região (...), é um sinal e uma prova da incapacidade do Conselho de Segurança para desempenhar as suas funções e responsabilidades", argumentou o Ministério de Relações Exteriores da Arábia Saudita.

O descontentamento saudita é produto de divergências com seu aliado histórico, os Estados Unidos, que se acumulam nos últimos dois anos, incluindo a maneira como Washington vem tratando questões no Oriente Médio com palestinos, e particularmente com Egito e Síria.

Essa insatisfação se mostrou mais evidente quando o ministro do Exterior, Saud al-Faisal, se recusou a fazer discurso agendado para a Assembleia Geral da ONU no mês passado.

A recusa do discurso ocorreu pouco depois de os EUA entrarem em acordo com a Rússia para evitar ataque aéreo norte-americano contra a Síria. Bashar Assad é aliado dos russos. O Kremlin conseguiu costurar o acordo para que o ataque fosse evitado logo após o massacre de civis com uso de armas químicas que ocorreu na Síria. A Arábia Saudita, por sua vez, é a principal financiadora, com armas e dinheiro, dos rebeldes sírios que tentam derrubar o governo de Assad.

No documento que explica a recusa da cadeira no Conselho de Segurança, divulgado nesta sexta-feira, a Arábia Saudita volta a tocar no assunto alegando que a ONU "permitiu que o regime sírio matasse pessoas" e usasse armas químicas diante do "mundo inteiro sem enfrentar quaisquer penalidades".

Outro episódio que pode ter desgastado a relação entre sauditas e norte-americanos foi a recente ligação telefônica entre o presidente Barack Obama e o novo presidente do Irã, Hassan Rohani. O ato é simbólico, mas mostra a disposição dos EUA de dialogar com os iranianos, inimigos regionais da Arábia Saudita.

O Conselho de Segurança da ONU é formado por cinco membros permanentes, com poder de veto, e mais dez assentos rotativos, eleitos a cada dois anos. As cadeiras permanentes são ocupadas por EUA, Rússia, China, França e Grã-Bretanha.

Diplomatas e funcionários da ONU disseram mais cedo que a atitude de não aceitar a indicação é provavelmente sem precedentes. Críticos da decisão disseram que a melhor forma de ser ouvido em casos de segurança nacional é exatamente fazer parte do conselho, e que a decisão é contraditória e petulante.

O Ministério de Relações Exteriores saudita pediu desculpas por não aceitar o assento apenas um dia depois de o país ter sido eleito como um dos 10 membros não permanentes do Conselho de Segurança. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon disse que soube da notícia pela mídia, e que ainda não recebeu comunicado oficial a esse respeito. Fontes: Associated Press e Dow Jones Newswires.

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