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Ar limpo vira negócio lucrativo na China

Desde máscaras ou purificadores de ar até latas de ar puro, o leque de opções para diminuir os efeitos da poluição não para de crescer

Agora veja quais países são desastres ambientais (REUTERS)
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Da Redação

Publicado em 22 de dezembro de 2015 às 06h52.

Pequim – Onde uns veem um grave problema para a saúde e o meio ambiente, outros enxergam uma oportunidade de negócio: respirar ar limpo na poluída Pequim e em outras cidades chinesas se transformou em um mercado lucrativo.

Desde as convencionais máscaras ou purificadores de ar até ofertas mais exóticas, como a de vender latas de ar puro, o leque de opções para diminuir os efeitos da poluição não para de crescer.

Picos de poluição atmosférica como o que Pequim sofre desde o último sábado, que forçou o decreto do segundo alerta vermelho por poluição - o nível máximo - na história da cidade, dispararam a demanda por esse tipo de produto.

As máscaras faciais se transformaram em um ícone da luta diária contra a poluição, embora outro produto seja mais rentável: os purificadores de ar, projetados para limpar partículas poluentes do ar para espaços fechados.

As vendas de purificadores de ar na China chegarão, ao término de 2015, a 6,77 milhões de unidades e gerarão cerca de 15,3 bilhões de iuanes (US$ 2,4 bilhões), segundo estimativas da Askci, uma empresa que estuda o consumo entre os chineses.

Thibaud Andre, analista da consultoria Daxue, disse em entrevista à Agência Efe que esse é um momento "crucial" para entrar no mercado e posicionar uma marca.

"O governo agora informa com menos filtros sobre a poluição, algo que é novo. Podemos esperar um grande aumento da conscientização dos consumidores sobre os purificadores de ar", disse Andre.

Cada vez mais empresas decidem começar a fabricar purificadores, inclusive algumas especializadas em produtos que, a princípio, têm pouca ou nenhuma relação com a poluição.

A Xiaomi, conhecida por seus smartphones, surpreendeu no ano passado ao colocar à venda purificadores de ar. Meses depois, expandiu a linha, projetou um purificador de água e lançou uma nova versão de seu primeiro produto no segmento.

Como o lançamento do último modelo de purificador coincidiu com uma densa camada de "smog" no norte da China, a Xiaomi esgotou seus estoques (eram vendidos por 699 iuanes - US$ 110 dólares - a unidade) em menos de uma semana.

Os purificadores de ar são o segundo eletrodoméstico mais procurado da China, só atrás dos espremedores, revelou uma pesquisa elaborada pela empresa de análise de tendências de consumo CNRS-TGI.

De qualquer forma, eles não são o único aparelho relacionado com a poluição que se transformou em um negócio.

A Origins, uma empresa fundada em janeiro do ano passado em Pequim, vende a 360 iuanes (cerca de US$ 55) um dispositivo que mede o nível de poluição e que conseguiu popularidade suficiente para dar fim aos seus estoques.

"Quando foi declarado o primeiro alerta vermelho, não podíamos esperar que haveria tanta demanda, por isso ficamos sem estoques e até o próximo mês não poderemos atender os pedidos que forem feitos", afirmou à Efe cofundadora da Origins, Jessica Lam.

Ela explica que o consumo desse tipo de produto é muito volátil e pode mudar segundo o vento, que leva - ou não - a poluição embora da capital chinesa.

"Quando as pessoas veem que o ar é ruim, quem já está conscientizado de que isso é um problema decide comprar algo para tentar solucioná-lo", explicou a empresária.

O setor dos dispositivos para atenuar a poluição cresceu muito, por isso Andre prevê uma intensificação da concorrência.

"Em termos de concorrência, o mercado vai ser extremamente feroz. Em 2000, havia cerca de uma centena de empresas fabricando esse equipamento. Hoje, a indústria chinesa conta com mais de 3.000 marcas", disse o analista.

Embora para a maioria dos habitantes na China a melhor opção nos dias de poluição continue a ser ficar em casa ou colocar uma máscara na hora de sair para a rua, não faltam ideias inovadoras para tentar minimizar as consequências do problema.

A empresa canadense Vitality Air, por exemplo, decidiu enlatar ar puro das Montanhas Rochosas e vendê-lo na China - mais uma iniciativa que mostra que enquanto alguns choram, outros vendem lenços.

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Pequim – Onde uns veem um grave problema para a saúde e o meio ambiente, outros enxergam uma oportunidade de negócio: respirar ar limpo na poluída Pequim e em outras cidades chinesas se transformou em um mercado lucrativo.

Desde as convencionais máscaras ou purificadores de ar até ofertas mais exóticas, como a de vender latas de ar puro, o leque de opções para diminuir os efeitos da poluição não para de crescer.

Picos de poluição atmosférica como o que Pequim sofre desde o último sábado, que forçou o decreto do segundo alerta vermelho por poluição - o nível máximo - na história da cidade, dispararam a demanda por esse tipo de produto.

As máscaras faciais se transformaram em um ícone da luta diária contra a poluição, embora outro produto seja mais rentável: os purificadores de ar, projetados para limpar partículas poluentes do ar para espaços fechados.

As vendas de purificadores de ar na China chegarão, ao término de 2015, a 6,77 milhões de unidades e gerarão cerca de 15,3 bilhões de iuanes (US$ 2,4 bilhões), segundo estimativas da Askci, uma empresa que estuda o consumo entre os chineses.

Thibaud Andre, analista da consultoria Daxue, disse em entrevista à Agência Efe que esse é um momento "crucial" para entrar no mercado e posicionar uma marca.

"O governo agora informa com menos filtros sobre a poluição, algo que é novo. Podemos esperar um grande aumento da conscientização dos consumidores sobre os purificadores de ar", disse Andre.

Cada vez mais empresas decidem começar a fabricar purificadores, inclusive algumas especializadas em produtos que, a princípio, têm pouca ou nenhuma relação com a poluição.

A Xiaomi, conhecida por seus smartphones, surpreendeu no ano passado ao colocar à venda purificadores de ar. Meses depois, expandiu a linha, projetou um purificador de água e lançou uma nova versão de seu primeiro produto no segmento.

Como o lançamento do último modelo de purificador coincidiu com uma densa camada de "smog" no norte da China, a Xiaomi esgotou seus estoques (eram vendidos por 699 iuanes - US$ 110 dólares - a unidade) em menos de uma semana.

Os purificadores de ar são o segundo eletrodoméstico mais procurado da China, só atrás dos espremedores, revelou uma pesquisa elaborada pela empresa de análise de tendências de consumo CNRS-TGI.

De qualquer forma, eles não são o único aparelho relacionado com a poluição que se transformou em um negócio.

A Origins, uma empresa fundada em janeiro do ano passado em Pequim, vende a 360 iuanes (cerca de US$ 55) um dispositivo que mede o nível de poluição e que conseguiu popularidade suficiente para dar fim aos seus estoques.

"Quando foi declarado o primeiro alerta vermelho, não podíamos esperar que haveria tanta demanda, por isso ficamos sem estoques e até o próximo mês não poderemos atender os pedidos que forem feitos", afirmou à Efe cofundadora da Origins, Jessica Lam.

Ela explica que o consumo desse tipo de produto é muito volátil e pode mudar segundo o vento, que leva - ou não - a poluição embora da capital chinesa.

"Quando as pessoas veem que o ar é ruim, quem já está conscientizado de que isso é um problema decide comprar algo para tentar solucioná-lo", explicou a empresária.

O setor dos dispositivos para atenuar a poluição cresceu muito, por isso Andre prevê uma intensificação da concorrência.

"Em termos de concorrência, o mercado vai ser extremamente feroz. Em 2000, havia cerca de uma centena de empresas fabricando esse equipamento. Hoje, a indústria chinesa conta com mais de 3.000 marcas", disse o analista.

Embora para a maioria dos habitantes na China a melhor opção nos dias de poluição continue a ser ficar em casa ou colocar uma máscara na hora de sair para a rua, não faltam ideias inovadoras para tentar minimizar as consequências do problema.

A empresa canadense Vitality Air, por exemplo, decidiu enlatar ar puro das Montanhas Rochosas e vendê-lo na China - mais uma iniciativa que mostra que enquanto alguns choram, outros vendem lenços.

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