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Aquecimento global pode tornar maratonas mais lentas

Mantida a tendência de aquecimento atual, até 2100, a chance de ocorrer uma desaceleração consistente no tempo de vitória de uma corrida é de 95%, indica estudo


	Em dias quentes, atletas de prova de resistência, como as maratonas, têm desempenho prejudicado
 (Getty Images/Getty Images)

Em dias quentes, atletas de prova de resistência, como as maratonas, têm desempenho prejudicado (Getty Images/Getty Images)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 3 de abril de 2013 às 15h28.

São Paulo – O calor é inimigo do corredor. As altas temperaturas atrapalham, e muito, o desempenho de um maratonista durante uma competição. Pior, o mal estar físico pode até levar à morte, como ocorreu com um participante da maratona de Tel-Aviv, em março deste ano. Em tempos de mudanças climáticas, a preocupação com o desempenho dos atletas promete aumentar ainda mais.

Estudo da Universidade de Boston indica que o aquecimento global poderá tornar as maratonas mais lentas, afetando o tempo das vitórias. Segundo a pesquisa, embora o tempo dos vencedores de provas de resistência, como as maratonas, tenha melhorando gradativamente ao longo do século passado, essa tendência corre risco de diminuir diante do aumento das temperaturas.

Mantida a tendência de aquecimento atual, de 0.058°C por ano, até 2100, a chance de detectar uma "desaceleração consistente no tempo de vitória da maratona" é de 95%, diz o estudo.

Os pesquisadores usaram a tradicional Maratona de Boston para ver se o aquecimento afetou os resultados das marcas vencedoras dos corredores, por se tratar da mais antiga maratona do mundo, que acontece todo ano sempre no mesmo dia desde 1924.

"Examinamos uma série de tempo (1933-2004) para testar o efeito do aquecimento no tempo de vitória de homens e mulheres", diz o professor de meio ambiente Richard Primack. "Nós descobrimos que as temperaturas mais quentes e ventos contrários no dia da tornava a corrida mais lenta, aumentando o tempo do vencedor”.

Apesar de estudos anteriores já terem associado as temperaturas quentes ao menor desempenho de atletas de resistência, afetando sua capacidade de regular a temperatura corporal interna, não se sabia até então como as tendências de aquecimento poderiam afetar o desempenho dos atletas durante as competições no longo prazo.

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