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Ex-apresentador de TV britânica teria abusado de cadáveres

Jimmy Savile, apontado há dois anos como um dos criminosos sexuais mais prolíficos da Grã-Bretanha, pode ter abusado sexualmente de cadáveres em um hospital


	Jimmy Savile: apresentador usou sua fama e seu trabalho de caridade para ter acesso não supervisionado aos pacientes
 (Paul Hackett/Reuters)

Jimmy Savile: apresentador usou sua fama e seu trabalho de caridade para ter acesso não supervisionado aos pacientes (Paul Hackett/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 26 de junho de 2014 às 12h58.

Londres - Jimmy Savile, o falecido apresentador de TV da BBC, apontado há dois anos como um dos criminosos sexuais mais prolíficos da Grã-Bretanha, pode ter abusado sexualmente de cadáveres em um hospital onde trabalhou como voluntário, disseram investigadores nesta quinta-feira.

Em 2012 a polícia disse que Savile, uma das mais maiores celebridades da Grã-Bretanha na década de 1970 e 1980, havia abusado sexualmente de centenas de vítimas, principalmente jovens, em hospitais e nas instalações da BBC ao longo de seis décadas até sua morte aos 84 anos, em 2011.

Uma série de relatórios que abrangem 28 hospitais onde ele trabalhou mostram que Savile usou sua fama e seu trabalho de caridade para ter acesso não supervisionado aos pacientes, estuprar e abusar sexualmente de meninos, meninas, homens e mulheres com idade entre cinco e 75 anos, em enfermarias, corredores e consultórios.

"Como nação, naquela época nós víamos Savile com afeto, como um tesouro nacional um pouco excêntrico, com um forte compromisso com causas beneficentes", disse o secretário de Saúde da Grã-Bretanha, Jeremy Hunt, ao Parlamento.

"Os relatórios de hoje mostram que, na realidade, ele era um predador sexual doentio e prolífico que repetidamente abusou da confiança de uma nação para seus próprios propósitos vis." Uma das revelações é a de que Savile, que havia falado publicamente de sua fascinação por mortos, tinha abusado sexualmente de corpos no necrotério da Enfermaria Geral de Leeds, no norte da Inglaterra, aproveitando-se de seu papel como voluntário.

"As alegações sobre o seu comportamento no necrotério são extremamente angustiantes e preocupantes", disse Sue Proctor, que liderou a investigação em Leeds.

Ela disse que Savile, um lutador profissional antes de ficar famoso como DJ na década de 1960, contou sobre suas ações no necrotério a um estudante de enfermagem que trabalhava em um outro hospital.

"Foi em uma noite tranquila e Savile estava falando com esse estudante de enfermagem sobre o que acontecia quando as noites eram tranquilas na Enfermaria Geral de Leeds, e lhe disse que ia ao necrotério e brincava com os corpos, e que cometeu atos sexuais com eles", disse Proctor.

"Nós não temos nenhuma maneira de verificar se isso é verdade ou não. Nós sabemos que o interesse dele por corpos não era saudável e que os controles de acesso ao necrotério até o início de 1980 não eram rígidos." Duas testemunhas também disseram aos investigadores que Savile, famoso por suas roupas extravagantes e jóias chamativas, usava anéis que, segundo dizia, tinham sido confeccionados com olhos de vidro de cadáveres do hospital.

Savile foi condecorado pela rainha Elizabeth e homenageado pelo papa por seu trabalho voluntário em hospitais.

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