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Após teste nuclear, Coreia do Norte sofrerá novas sanções

ONU "condenou firmemente" o quinto teste nuclear norte-coreano e decidiu preparar uma resolução que vai impor novas sanções econômicas a Pyongyang

Kim Jong Un: (Kyodo / Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 10 de setembro de 2016 às 09h03.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas "condenou firmemente" nesta sexta-feira o quinto teste nuclear norte-coreano e decidiu preparar uma resolução que vai impor novas sanções econômicas a Pyongyang.

Em uma declaração unânime, os 15 membros do Conselho, incluindo a China, aliada de Pyongyang, informam que "vão iniciar imediatamente os trabalhos sobre as medidas apropriadas, de acordo com o artigo 41 da Carta da ONU, e uma resolução do Conselho".

O artigo 41 prevê "medidas que não envolvam o uso da força armada", em geral sanções econômicas e comerciais.

Os Estados Unidos, a França e o Japão pediram novas e fortes sanções contra a Coreia do Norte, que sofre desde março severas restrições econômicas, financeiras e comerciais, após seu quarto teste nuclear realizado em janeiro.

O embaixador japonês junto a ONU, Koro Bessho, defendeu uma "nova resolução com uma série de medidas firmes".

Já o embaixador chinês, Liu Jieyi, não citou sanções na saída da reunião, limitando-se a destacar "a urgência de se trabalhar juntos para livrar a península coreana das armas nucleares".

"Devemos nos abster de qualquer provocação e de qualquer ação passível de exacerbar a tensão", declarou Liu Jieyi, em referência direta ao projeto de escudo antimísseis americano na Coreia do Sul, rejeitado por Pequim.

Para impor novas sanções ou aplicar estritamente as existentes, o Conselho terá que contar com a boa vontade de Pequim, de longe o primeiro sócio econômico de Pyongyang.

Coreia do Sul, Estados Unidos, Japão, Rússia e China condenaram este quinto teste nuclear, o mais potente realizado pelo regime comunista, segundo Seul.

Após qualificar o teste como "provocação", o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu que o Conselho "aja de maneira apropriada".

As atuais resoluções da ONU proíbem que Pyongyang realize qualquer atividade nuclear ou balística; o país asiático é objeto de cinco séries de sanções internacionais desde o primeiro teste nuclear, realizado em 2006.

O presidente americano, Barack Obama, disse que "trabalhará com o Conselho de Segurança da ONU (...) e a comunidade internacional para aplicar rigorosamente as medidas existentes impostas em resoluções precedentes e tomar medidas significativas suplementares, principalmente novas sanções".

Paciência no "limite"

O ministro americano da Defesa, Ashton Carter, convidou Pequim a pressionar seu aliado norte-coreano, afirmando que a China tem "uma grande responsabilidade".

A China manifestou anteriormente sua "firme" oposição ao teste nuclear da Coreia do Norte.

"Nossa paciência, como a da comunidade internacional, chegou ao seu limite", declarou por sua vez a presidente sul-coreana, Park Geun-Hye, que denunciou "a inconsciência maníaca" do líder norte-coreano Kim Jong-Un.

O Japão condenou um ato "absolutamente inaceitável", enquanto a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) citou uma operação "muito preocupante e lamentável".

A Coreia do Norte anunciou na sexta-feira que conseguiu detonar com sucesso uma ogiva nuclear de um tamanho adequado para armar um míssil balístico.

Pyongyang "continuará"

O teste foi realizado no dia do aniversário da fundação da Coreia do Norte.

"A explosão de 10 quilotons foi quase duas vezes mais potente que o quarto teste nuclear e um pouco menor que a bomba de Hiroshima, que tinha quase 15 quilotons", afirmou Kim Nam-Wook, da Agência Meteorológica Sul-Coreana.

O teste será analisado com cuidado pelos especialistas, que devem determinar se permitiu a Pyongyang fazer novos progressos e se envolveu uma bomba atômica ou uma bomba de hidrogênio, muito mais potente.

Os analistas se inclinam, de acordo com os dados disponíveis, pela hipótese de um artefato clássico.

Pyongyang tinha afirmado que o seu quarto teste, em 6 de janeiro, foi com uma bomba de hidrogênio, uma declaração colocada em dúvida pelos especialistas.

Se a Coreia do Norte conseguir fabricar uma bomba nuclear suficientemente pequena para equipar um míssil e reforçar sua precisão, alcance e a capacidade de seus vetores, o país se aproximará de seu objetivo final: alcançar alvos americanos.

A análise será difícil, destacou Melissa Hanham, do Instituto Middlebury de Estudos Internacionais.

"Não é realmente possível verificar que se trata de uma ogiva compacta a partir dos dados sísmicos", disse à AFP.

A China, de quem as outras potências esperam que influencie Pyongyang a mudar de posição, "estará na posição mais delicada", afirmou Shunji Hiraiwa, professor da Universidade Kwansei Gakuin.

Mas as margens de manobra são limitadas. A China tenta evitar a queda do regime norte-coreano, algo que criaria uma crise em sua fronteira e o risco de ver o país inclinado aos Estados Unidos.

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O Conselho de Segurança das Nações Unidas "condenou firmemente" nesta sexta-feira o quinto teste nuclear norte-coreano e decidiu preparar uma resolução que vai impor novas sanções econômicas a Pyongyang.

Em uma declaração unânime, os 15 membros do Conselho, incluindo a China, aliada de Pyongyang, informam que "vão iniciar imediatamente os trabalhos sobre as medidas apropriadas, de acordo com o artigo 41 da Carta da ONU, e uma resolução do Conselho".

O artigo 41 prevê "medidas que não envolvam o uso da força armada", em geral sanções econômicas e comerciais.

Os Estados Unidos, a França e o Japão pediram novas e fortes sanções contra a Coreia do Norte, que sofre desde março severas restrições econômicas, financeiras e comerciais, após seu quarto teste nuclear realizado em janeiro.

O embaixador japonês junto a ONU, Koro Bessho, defendeu uma "nova resolução com uma série de medidas firmes".

Já o embaixador chinês, Liu Jieyi, não citou sanções na saída da reunião, limitando-se a destacar "a urgência de se trabalhar juntos para livrar a península coreana das armas nucleares".

"Devemos nos abster de qualquer provocação e de qualquer ação passível de exacerbar a tensão", declarou Liu Jieyi, em referência direta ao projeto de escudo antimísseis americano na Coreia do Sul, rejeitado por Pequim.

Para impor novas sanções ou aplicar estritamente as existentes, o Conselho terá que contar com a boa vontade de Pequim, de longe o primeiro sócio econômico de Pyongyang.

Coreia do Sul, Estados Unidos, Japão, Rússia e China condenaram este quinto teste nuclear, o mais potente realizado pelo regime comunista, segundo Seul.

Após qualificar o teste como "provocação", o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu que o Conselho "aja de maneira apropriada".

As atuais resoluções da ONU proíbem que Pyongyang realize qualquer atividade nuclear ou balística; o país asiático é objeto de cinco séries de sanções internacionais desde o primeiro teste nuclear, realizado em 2006.

O presidente americano, Barack Obama, disse que "trabalhará com o Conselho de Segurança da ONU (...) e a comunidade internacional para aplicar rigorosamente as medidas existentes impostas em resoluções precedentes e tomar medidas significativas suplementares, principalmente novas sanções".

Paciência no "limite"

O ministro americano da Defesa, Ashton Carter, convidou Pequim a pressionar seu aliado norte-coreano, afirmando que a China tem "uma grande responsabilidade".

A China manifestou anteriormente sua "firme" oposição ao teste nuclear da Coreia do Norte.

"Nossa paciência, como a da comunidade internacional, chegou ao seu limite", declarou por sua vez a presidente sul-coreana, Park Geun-Hye, que denunciou "a inconsciência maníaca" do líder norte-coreano Kim Jong-Un.

O Japão condenou um ato "absolutamente inaceitável", enquanto a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) citou uma operação "muito preocupante e lamentável".

A Coreia do Norte anunciou na sexta-feira que conseguiu detonar com sucesso uma ogiva nuclear de um tamanho adequado para armar um míssil balístico.

Pyongyang "continuará"

O teste foi realizado no dia do aniversário da fundação da Coreia do Norte.

"A explosão de 10 quilotons foi quase duas vezes mais potente que o quarto teste nuclear e um pouco menor que a bomba de Hiroshima, que tinha quase 15 quilotons", afirmou Kim Nam-Wook, da Agência Meteorológica Sul-Coreana.

O teste será analisado com cuidado pelos especialistas, que devem determinar se permitiu a Pyongyang fazer novos progressos e se envolveu uma bomba atômica ou uma bomba de hidrogênio, muito mais potente.

Os analistas se inclinam, de acordo com os dados disponíveis, pela hipótese de um artefato clássico.

Pyongyang tinha afirmado que o seu quarto teste, em 6 de janeiro, foi com uma bomba de hidrogênio, uma declaração colocada em dúvida pelos especialistas.

Se a Coreia do Norte conseguir fabricar uma bomba nuclear suficientemente pequena para equipar um míssil e reforçar sua precisão, alcance e a capacidade de seus vetores, o país se aproximará de seu objetivo final: alcançar alvos americanos.

A análise será difícil, destacou Melissa Hanham, do Instituto Middlebury de Estudos Internacionais.

"Não é realmente possível verificar que se trata de uma ogiva compacta a partir dos dados sísmicos", disse à AFP.

A China, de quem as outras potências esperam que influencie Pyongyang a mudar de posição, "estará na posição mais delicada", afirmou Shunji Hiraiwa, professor da Universidade Kwansei Gakuin.

Mas as margens de manobra são limitadas. A China tenta evitar a queda do regime norte-coreano, algo que criaria uma crise em sua fronteira e o risco de ver o país inclinado aos Estados Unidos.

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