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Após secretário, Trump também diz que estuda banir TikTok dos EUA

Um dia após fala de Mike Pompeo, presidente americano confirmou que o país "está analisando" banir o TikTok por ligações com a China, onde fica sua sede

TikTok: aplicativo chinês, que passa dos 2 bilhões de downloads no mundo, já foi banido na Índia em meio a conflitos com a China (Dado Ruvic/Reuters)

TikTok: aplicativo chinês, que passa dos 2 bilhões de downloads no mundo, já foi banido na Índia em meio a conflitos com a China (Dado Ruvic/Reuters)

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Carolina Riveira

Publicado em 8 de julho de 2020 às 12h57.

Última atualização em 8 de julho de 2020 às 12h59.

Nova sinalização contra o app de vídeos TikTok veio dos Estados Unidos. O presidente americano Donald Trump disse que está de fato analisando banir o aplicativo do país em entrevista à Gray Television na noite de terça-feira, 7.

O comentário vem um dia depois de seu secretário de Estado, Mike Pompeo, ter dito à Fox que o governo americano estuda medidas de restrição contra o TikTok.

"É algo que estamos analisando, sim", disse Trump, quando perguntado sobre o comentário de Pompeo no dia anterior. "É um grande negócio", ele completou. "Olha, o que aconteceu com a China com esse vírus, o que eles fizeram a este país e a todo o mundo é vergonhoso."

No dia anterior, Pompeo havia dito que “eu não quero ‘passar na frente’ do presidente [Donald Trump], mas é algo que estamos analisando”, quando perguntado sobre banir o TikTok.

O TikTok pertence à companhia chinesa ByteDance, com sede em Pequim, capital da China. O app vem ganhando popularidade internacional nos últimos dois anos, chegando a mais de 2 bilhões de downloads e mais de 800 milhões de usuários ativos.

Desde o começo da pandemia, Trump vem acusando a China de ter fabricado o coronavírus e ser responsável pela contaminação global. Os EUA atingiram nesta terça-feira mais de 3 milhões de casos de covid-19 em meio à alta de casos em estados do oeste e do sudoeste, como Califórnia, Flórida, Arizona e Texas.

Trump vem sendo criticado por fazer pouco caso da pandemia, não obrigar o uso nacional de máscaras (e aparecer sem elas repetidas vezes), brigar com governadores e passar o que críticos consideram tempo demais falando sobre uma eventual culpa da China no contágio global.

O TikTok vem sendo alvo de acusações, por parte dos Estados Unidos, de violação de privacidade e potencial espionagem mesmo antes da pandemia. Como acontece com outras empresas chinesas que expandem os negócios para fora da China, como a fabricante de eletrônicos Huawei, há uma desconfiança de países do Ocidente sobre as ligações das companhias chinesas com o governo chinês em Pequim.

Enquanto isso, o TikTok tenta historicamente se manter independente do governo chinês. Em carta ao governo da Índia neste mês (que também baniu o TikTok e mais de 50 apps chineses por conflitos geopolíticos entre os dois países), vista pela agência Reuters, a empresa afirma que o governo em Pequim nunca solicitou dados e que o TikTok não os compartilharia se fosse acionado.

No mesmo dia das falas de Pompeo nesta segunda-feira, o TikTok também anunciou que iria deixar de operar em Hong Kong devido à nova lei de segurança nacional na ilha, que é território autônomo chinês.

Segundo informa a Reuters com base em fontes próximas à empresa, a decisão do TikTok de não disponibilizar o aplicativo em Hong Kong aconteceu justamente porque a empresa não sabia precisar se teria de responder a manifestações da China solicitando informações de usuários.

O TikTok já não está disponível na China continental, onde diversas redes sociais usadas no Ocidente, como Facebook, Twitter e aplicativos do Google também não operam. Em território chinês, a ByteDance tem um outro app, o Douyin. O Douyin foi lançado em 2016 na China e, em seu processo de internacionalização em 2017, a ByteDance optou por separá-lo do app usado no exterior, que viria ser o TikTok.

Em resposta aos comentários de Pompeo, um porta-voz da ByteDance disse que “o TikTok é liderado por um CEO americano, com centenas de empregados e líderes-chave em segurança, produto e políticas públicas aqui nos Estados Unidos”, segundo reportou a rede britânica BBC. “Nunca fornecemos dados para o governo chinês, nem o faríamos se fossemos solicitados”, disse.

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