Após flagras, presidente do Zimbábue nega "sonecas" em eventos
Após a divulgação de diversos flagras, o porta-voz do governo afirmou que o presidente apenas protege os olhos da luz forte
AFP
Publicado em 11 de maio de 2017 às 12h06.
A todos os que notaram que em suas últimas aparições públicas o presidente do Zimbábue Robert Mugabe, de 93 anos, tinha a tendência de dormir, o porta-voz do governo fez um desmentido formal: ele não dorme, protege os olhos.
"O presidente não pode suportar as luzes fortes. Se observarem com atenção, apenas olha para baixo para evitar a luz direta", declarou, com grande seriedade, George Charamba ao jornal estatal The Herald.
"Quando leio que o presidente dorme nas conferências, penso que há um equívoco", completou.
Apesar de ser o chefe de Estado em exercício de mais idade do planeta, Robert Mugabe não limita suas aparições públicas.
Nos últimos meses ele foi surpreendido algumas vezes em "flagrante cochilo", em particular na reunião de cúpula da União Africana e, na semana passada, durante o Fórum Econômico Mundial sobre a África em Durban (África do Sul).
As imagens fazem a festa da imprensa e da oposição, que divulgam as fotos de qualquer "soneca" presidencial.
Para convencer os que duvidam de suas explicações, Charamba citou o exemplo de Nelson Mandela.
"Lembrem-se de Mandela, não podiam utilizar flashes para fotografá-lo. É o que acontece quando a pessoa tem 93 anos", disse.
A saúde do presidente é objeto de boatos recorrentes no Zimbábue. E sua viagem no início da semana para passar por exames médicos de rotina em Cingapura voltou a dar o que falar.
As viagens médicas ao continente asiático provocam muitas críticas no Zimbábue, país muito pobre e governado de maneira quase absoluta por Mugabe desde 1980.
O porta-voz justificou as viagens com a recordação de que o chefe de Estado é acompanhado em Harare por um médico local e que viaja a Cingapura apenas para consultas com os melhores especialistas.
O presidente já recebeu a aprovação de seu partido para disputar um novo mandato nas eleições de 2018.