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Após debate intenso, Obama e Romney retomam campanha

O presidente e seu rival republicano travaram uma discussão sem trégua, marcada pelo notável impulso de Obama após uma primeira atuação apática

Romney discursa na capital: o último debate, previsto para a próxima segunda-feira na Flórida (sudeste), será dedicado à política externa (©AFP/Getty Images / Mark Wilson)

Romney discursa na capital: o último debate, previsto para a próxima segunda-feira na Flórida (sudeste), será dedicado à política externa (©AFP/Getty Images / Mark Wilson)

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Da Redação

Publicado em 17 de outubro de 2012 às 17h02.

Washington - Barack Obama e Mitt Romney retomaram nesta quarta-feira sua campanha política nos estados-chave americanos, para convencer os eleitores indecisos, a 20 dias das eleições presidenciais, e após um segundo debate que aumentou a tensão antes das urnas.

Durante uma hora e meia, e diante de dezenas de milhares de telespectadores, o presidente e seu rival republicano travaram uma discussão sem trégua, marcada pelo notável impulso de Obama após uma primeira atuação apática no início de outubro, em Denver.

"O presidente atacou, atacou e atacou mais uma vez", afirmou nesta quarta-feira o jornal americano The New York Times, enquanto o site Político fez uma comparação com o clássico do cinema "Guerra nas Estrelas" com a manchete "Obama contra-ataca".

O jornal conservador The Wall Street Journal considerou que, com o rendimento de Obama, "o debate (voltou) a mudar a trajetória da campanha".

O vice-presidente Joe Biden traduziu o entusiasmo perdido pelos democratas há duas semanas. "O presidente com quem eu trabalho, este que está apaixonadamente comprometido em fazer algo pela classe média, respondeu 'presente' ontem à noite", afirmou Biden à ABC.

"Eu não sei o que as pesquisas vão dizer, mas estou muito, muito otimista neste momento em que entramos nos últimos 20 dias" de campanha, acrescentou o vice-presidente.

Já Paul Ryan, candidato à vice-presidência de Romney, criticou nesta quarta-feira Obama por "não ter apresentado nenhuma ideia nova para que os próximos quatro anos sejam diferentes dos últimos quatro", marcados pelas consequências da crise com desemprego, por um forte aumento da dívida pública e pelo fraco crescimento econômico.


Romney, que tentou por diversas vezes durante o "cara a cara" levar a conversa para o balanço econômico do presidente Obama, "ganhou este debate do meu ponto de vista porque deu ao país uma escolha e uma visão muito claras para que tenhamos um dirigente que crie empregos", acrescentou Ryan.

As pesquisas publicadas na hora seguinte ao fim do debate deram uma leve vantagem a Obama. Para 46% das pessoas consultadas pela rede CNN, Obama saiu vencedor do debate, enquanto 39% se inclinaram para Romney.

Em uma outra pesquisa, a CBS deu a Obama a vitória com 37% contra 30% do republicano.

Mas as pesquisas pelas quais as equipes de campanha de Obama e Romney se interessam são as de intenções de votos, que serão divulgadas em poucos dias, particularmente os dados referentes aos estados que podem fazer a diferença nas eleições.

A atuação apática de Obama no debate de Denver foi seguida de uma queda do democrata nas pesquisas, fazendo com que, pela primeira vez em um ano, Romney o ultrapassasse em nível nacional.

A equipe democrata sustenta que vários estados-chave onde Romney precisa ganhar continuam se inclinando por Obama, como Ohio (norte), onde nesta quarta-feira o democrata é esperado para um evento de campanha.

Oito horas depois do segundo encontro com seu adversário republicano na Universidade de Hofstra, em Nova York, o presidente retomou sua campanha e viajou a Iowa, outro território potencialmente decisivo.

Romney era aguardado na Virgínia (leste) para dois atos públicos. Ryan está em Ohio, enquanto Biden visita Nevada e Colorado, os dois principais estados em disputa no oeste.

O tempo para convencer os eleitores indecisos se esgota para as duas campanhas. O último debate, previsto para a próxima segunda-feira na Flórida (sudeste), será dedicado à política externa.

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