Pessoa caminha em rua pintada com as cores da bandeira gay (REUTERS/David Gray)
Da Redação
Publicado em 27 de junho de 2015 às 20h37.
México - Cerca de 16 mil pessoas participaram neste sábado da 37ª edição da Parada do Orgulho Gay na Cidade do México, desta vez marcada pelo recente aval do casamento homossexual pela Suprema Corte do país.
"Já podemos nos casar e isto é maravilhoso, alguns de nós estão de acordo e outros não. Eu não acredito no casamento, seja heterossexual ou homossexual, mas para os que quiserem se casar, muita sorte", disse à Agência Efe Juan, uma 'drag queen' com uma enorme peruca rosa.
A Suprema Corte do México considerou inconstitucionais as leis estaduais que proíbem o casamento homossexual, de modo a evitar que entre os mexicanos existam "cidadãos de segunda classe".
"(O casamento homossexual) é um direito e uma oportunidade, uma ótima mudança", considerou Augusto, acompanhado de seu companheiro, René, que acrescentou que será preciso "continuar brigando" em nível estadual para garantir este direito.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, o evento reuniu mais de 16 mil pessoas, que desfilaram sob o lema "Nossa Cidade, orgulhosa de suas identidades diversas"
A parada contou com diversos carros alegóricos com as cores do arcoíris, símbolo da comunidade lésbica, gay, bissexual e transexual (LGBT), e contou com a participação de pessoas de todas as idades para reivindicar a diversidade sexual e os direitos do coletivo.
"Essa é a primeira vez que venho para conhecer e ver todas essas cores, e para representar a mim mesmo. Dizem que é muita vulgaridade, mas esta é nossa diversidade", opinou René.
A marcha foi iniciada no monumento do Ángel de la Independencia e seguiu rumo à Praça da Constituição. Apesar de o evento ser uma expressão de tolerância cidadã, o México está na segunda posição na América Latina no ranking de crimes de ódio por homofobia, segundo dados da Comissão Cidadã contra Crimes de Ódio por Homofobia (CCCCOH).
Segundo um relatório desta comissão, 887 pessoas foram assassinadas no país por causa de sua orientação sexual entre os anos de 1995 e 2013.
"Trata-se de fazer valer nossos direitos, não só como humanos, mas como homossexuais. Há muita homofobia e temos que mostrar que somos muitos e sabemos nos defender", lembrou Juan.
Em outros estados do país, como Guerrero, no sul do México, e Monterrey, ao norte, já foram realizadas manifestações nos últimos meses para reivindicar a diversidade sexual, explicaram à Efe os organizadores da passeata.