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Em meio a acordos de paz, Israel sofre ataque a míssil na fronteira

Ataque aconteceu enquanto Israel, Bahrein e Emirados Árabes Unidos assinavam acordo de paz nos EUA, uma tentativa de normalizar relações no Oriente Médio

Protestos na Casa Branca contra o acordo com Israel: tratado é visto como vitória para Trump e questionado no mundo árabe (Win McNamee/Getty Images)

Protestos na Casa Branca contra o acordo com Israel: tratado é visto como vitória para Trump e questionado no mundo árabe (Win McNamee/Getty Images)

CR

Carolina Riveira

Publicado em 15 de setembro de 2020 às 15h12.

Última atualização em 15 de setembro de 2020 às 21h36.

A fronteira de Israel foi atacada com mísseis nesta terça-feira, 15, enquanto o país assinava nos Estados Unidos seu acordo de paz com Emirados Árabes Unidos e Bahrein. Pelo menos duas pessoas ficaram levemente feridas com estilhaços de vidro, segundo o site israelense Haaretz, enquanto outras quatro estão sendo socorridas diante do choque da situação, mas sem ferimentos.

Sirenes de emergência soaram na região sul do país, que faz fronteira com a Faixa de Gaza, durante o ataque. As Forças Armadas de Israel também publicaram no Twitter sobre os alertas. As autoridades afirmam que dois mísseis foram lançados de Gaza em direção a Israel e que um foi interceptado.

O ataque aconteceu justamente enquanto Israel assinava o acordo de paz na Casa Branca, em Washington D.C. O acordo de hoje foi costurado junto com a diplomacia americana e é considerado histórico por normalizar a relação de Israel com dois de seus vizinhos árabes.

O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e os chanceleres Sheikh Adbullah bin Zayed al-Nahyan, dos Emirados Árabes, e Abdullatif Al Zayani, do Bahrein, estavam em Washington para a cerimônia.

Manifestantes árabes e outros ativistas também protestaram nesta tarde em frente à Casa Branca.

A assinatura do acordo entre os três países rompe um tabu entre lideranças do mundo árabe. Até agora, Israel tinha relações diplomáticas com apenas dois países vizinhos: o Egito (desde 1979) e a Jordânia (desde 1994).

Daqui para a frente, por causa do termo assinado hoje, moradores de Israel poderão visitar destinos turísticos badalados do Golfo Pérsico, como Dubai — e vice-versa. Ou, ainda, abrir empresas ou aportar recursos em fundos sediados num dos três países.

Criado em 1948 e predominantemente judeu, o Estado de Israel tem sido visto como um inimigo pela maioria dos países vizinhos, em virtude da relação problemática com os palestinos, povo que disputa o direito de viver em terras também cobiçadas pelos israelenses.

Por trás da aproximação entre Israel, Emirados Árabes e Bahrein tentam se proteger contra a influência crescente do Irã sobre grupos políticos do Oriente Médio.

Para lideranças árabes, a influência iraniana desestabiliza o centro de poder do mundo árabe, atualmente calcado nos reinos ricos em petróleo, como a Arábia Saudita e o emirado de Abu Dhabi, parte dos Emirados Árabes.

Enquanto isso, o acordo de hoje é visto como vitória política para Trump, que liderou a coordenação do tratado e vem tendo embates com os inimigos israelenses no Oriente Médio, o Irã e os palestinos.

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