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Após acordo com curdos, Síria envia tropas para fronteira com a Turquia

Turquia e aliados sírios realizam desde a última quarta-feira (9) uma ofensiva contra os curdos na Síria

Síria: tropas sírias foram bem recebidas na área de conflito (Khalil Ashawi/Reuters)
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AFP

Publicado em 14 de outubro de 2019 às 11h16.

Última atualização em 14 de outubro de 2019 às 11h53.

Beirute/Ancara — Forças sírias apoiadas pela Rússia não perderam tempo para aproveitar a vantagem de uma retirada abrupta dos Estados Unidos nesta segunda-feira, aprofundando-se no território dominado pelos curdos ao sul da fronteira turca menos de 24 horas depois de Washington anunciar uma retirada total.

Ex-aliados dos EUA, os curdos disseram ter chamado as tropas sírias como uma "medida de emergência" para ajudar a conter um ataque da Turquia , lançado na semana passada com um "sinal verde" do presidente Donald Trump que os curdos descreveram como uma traição.

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O governo sírio começou a se mobilizar nesta segunda-feira, em uma grande vitória para o presidente Bashar al-Assad e a Rússia, que é sua principal aliada e cujos militares ganharam terreno no maior trecho do país que ainda estava fora do seu alcance.

Conforme o acordo, as forças governamentais estão prestes a entrar em áreas fronteiriças desde a cidade de Manbij, no oeste, até Derik, 400 quilômetros ao leste.

A mídia estatal síria noticiou que tropas entraram em Tel Tamer, cidade situada na estrada leste-oeste M4, que tem importância estratégica e se localiza cerca de 30 quilômetros ao sul da divisa com a Turquia.

A televisão estatal mostrou moradores saudando as forças sírias na cidade de Ain Issa, que fica em outra parte da rodovia a centenas de quilômetros de distância. Uma autoridade de mídia das Forças Democráticas Sírias (FDS) disse que não podia confirmar estas mobilizações

Ain Issa controla os acessos a Raqqa, ex-capital do "califado" do Estado Islâmico que combatentes curdos recapturaram dois anos atrás - um dos maiores triunfos da campanha liderada pelos EUA.

Grande parte da M4 se situa no extremo sul do território em que Ancara almeja criar uma "zona segura" dentro da Síria. A Turquia disse ter tomado parte da rodovia. Uma autoridade das FDS disse que os combates continuam.

As mobilizações rápidas efetuadas por Damasco coincidiram com o colapso repentino da estratégia que os EUA puseram em prática na Síria nos últimos cinco anos. No domingo, Washington anunciou a retirada de sua força inteira de mil soldados que vinha combatendo o Estado Islâmico ao lado dos sírios curdos desde 2014.

O ataque turco provocou repúdio internacional generalizado e o temor de que permitirá que militantes do Estado Islâmico na Síria fujam de prisões controladas pelos curdos e se reorganizem.

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