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Após acordo com EUA, mídia da China fala em incerteza e pede paciência

Acordo inclui a compra, por parte da China, de até US$ 50 bilhões em produtos agrícolas dos EUA e o compromisso de se abrir mais a serviços financeiros

Estados Unidos e China: países fecharam acordo parcial e podem definir trégua na guerra comercial (Hyungwon Kang/Reuters)

Estados Unidos e China: países fecharam acordo parcial e podem definir trégua na guerra comercial (Hyungwon Kang/Reuters)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 12 de outubro de 2019 às 16h57.

Um dia depois de anunciado um acordo inicial com os Estados Unidos, a Xinhua, agência estatal da China, publicou um comentário sobre as negociações comerciais no qual destaca que "a incerteza paira sobre muitas questões", o que exige que Pequim "permaneça paciente e mantenha sua compostura estratégica".

"A paciência e a compostura da China decorrem da estabilidade e resiliência de sua economia, que não 'entrou em colapso' sob medidas de pressão máxima, mas manteve uma taxa de crescimento de 6,3% no primeiro semestre deste ano, superando todas as outras grandes economias", destacou o comentário, sem assinatura. "A paciência e a compostura da China residem em sua postura consistente de se opor resolutamente às guerras comerciais e de se apegar a negociações e cooperação em busca de acordos, que estão ganhando cada vez mais compreensão e apoio".

O texto argumentou que o conflito comercial pressionou a China a transformar seu modelo industrial e buscar mercados alternativos embora tenha reconhecido que o setor manufatureiro local foi afetado pela disputa.

O comentário trouxe ainda uma pesquisa do Conselho de Negócios EUA-China (USCBC, na sigla em inglês) em que 87% dos entrevistados disseram que não mudaram nem planejavam transferir seus negócios para fora da China.

O acordo inclui a compra, por parte do governo chinês, de US$ 40 bilhões a US$ 50 bilhões em produtos agrícolas dos Estados Unidos e o compromisso de se abrir ainda mais a serviços financeiros internacionais. Além disso, ficou acertada a suspensão do aumento de 25% para 30% da alíquota das tarifas sobre US$ 250 bilhões em importações da China, prevista para ser imposta na próxima semana. Não houve, porém, definição sobre a outra elevação de cobranças prevista para dezembro.

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