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Apoiadores de Mursi protestam em feriado islâmico

Governo provisório absteve-se de cumprir a ameaça de acabar à força com os acampamentos dos partidários da Irmandade Muçulmana

Membros da Irmandade Muçulmana protestam a favor de Mursi em feriado: governo provisório e a Irmandade ainda podem recuar do confronto e implementar medidas que levem à confiança (Asmaa Waguih/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 8 de agosto de 2013 às 09h16.

Cairo - Apoiadores do presidente deposto Mohamed Mursi fizeram um protesto festivo no Egito nesta quinta-feira, dia do feriado islâmico do Eid al-Fitr, para exigir a restauração do seu mandato, enquanto o governo provisório absteve-se de cumprir a ameaça de acabar à força com os acampamentos dos partidários da Irmandade Muçulmana.

A mulher do presidente deposto, Naglaa Mahmoud, que raramente é vista em público, apareceu de surpresa sobre o palanque da principal manifestação, no Cairo, para pedir a volta de Mursi ao cargo, que ele ocupou durante um ano após se tornar o primeiro governante eleito livremente na história egípcia.

Mursi foi deposto por militares em 3 de julho, após grandes manifestações populares pela renúncia dele. Ele está detido em um local não revelado, e cerca de 300 pessoas morreram na violência política que se seguiu nas últimas semanas.

Na quarta-feira, o presidente interino do Egito, Adly Mansour, declarou que a Irmandade Muçulmana inviabilizou a mediação internacional que tentava resolver a crise, e que o governo estava decidido a dissolver as mobilizações dos apoiadores de Mursi.

Representantes dos EUA e da União Europeia deixaram o Cairo depois do rompimento das negociações, que envolviam também o Catar e os Emirados Árabes Unidos.

Mas uma pessoa envolvida na tentativa de mediação disse que o governo provisório e a Irmandade ainda podem recuar do confronto e implementar medidas que levem à construção de confiança mútua, para então chegarem a um acordo negociado.

"Não acabou ainda", disse o diplomata. "Poderia funcionar, mas não temos nenhuma garantia. Tudo está muito frágil." Fontes governamentais e militares também disseram que as negociações não estavam encerradas, e sim suspensas, como resposta à irritação da opinião pública devido à percepção de interferência estrangeira no país.

Uma fonte militar disse que as autoridades se abstiveram até agora de usar a força para dissolver as mobilizações em parte por temerem que o vice-presidente Mohamed ElBaradei, um liberal, renuncie, o que eliminaria uma fonte de legitimidade política para o governo instalado pelos militares.

Jornais estatais estamparam nesta quinta-feira grandes manchetes em vermelho, com dizeres como "O último alerta", "Governo para a Irmandade: a diplomacia acabou" e "Egito rejeita sermões do Satã americano" - um sinal de desprezo da opinião pública pelos Estados Unidos, país que fornece 1,5 bilhão de dólares em ajuda por ano.

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A mulher do presidente deposto, Naglaa Mahmoud, que raramente é vista em público, apareceu de surpresa sobre o palanque da principal manifestação, no Cairo, para pedir a volta de Mursi ao cargo, que ele ocupou durante um ano após se tornar o primeiro governante eleito livremente na história egípcia.

Mursi foi deposto por militares em 3 de julho, após grandes manifestações populares pela renúncia dele. Ele está detido em um local não revelado, e cerca de 300 pessoas morreram na violência política que se seguiu nas últimas semanas.

Na quarta-feira, o presidente interino do Egito, Adly Mansour, declarou que a Irmandade Muçulmana inviabilizou a mediação internacional que tentava resolver a crise, e que o governo estava decidido a dissolver as mobilizações dos apoiadores de Mursi.

Representantes dos EUA e da União Europeia deixaram o Cairo depois do rompimento das negociações, que envolviam também o Catar e os Emirados Árabes Unidos.

Mas uma pessoa envolvida na tentativa de mediação disse que o governo provisório e a Irmandade ainda podem recuar do confronto e implementar medidas que levem à construção de confiança mútua, para então chegarem a um acordo negociado.

"Não acabou ainda", disse o diplomata. "Poderia funcionar, mas não temos nenhuma garantia. Tudo está muito frágil." Fontes governamentais e militares também disseram que as negociações não estavam encerradas, e sim suspensas, como resposta à irritação da opinião pública devido à percepção de interferência estrangeira no país.

Uma fonte militar disse que as autoridades se abstiveram até agora de usar a força para dissolver as mobilizações em parte por temerem que o vice-presidente Mohamed ElBaradei, um liberal, renuncie, o que eliminaria uma fonte de legitimidade política para o governo instalado pelos militares.

Jornais estatais estamparam nesta quinta-feira grandes manchetes em vermelho, com dizeres como "O último alerta", "Governo para a Irmandade: a diplomacia acabou" e "Egito rejeita sermões do Satã americano" - um sinal de desprezo da opinião pública pelos Estados Unidos, país que fornece 1,5 bilhão de dólares em ajuda por ano.

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