Ao menos 22 migrantes morrem afogados perto da costa da Turquia
O governo afirmou que pelo menos quatro migrantes sobreviveram ao naufrágio
Agência de notícias
Publicado em 15 de março de 2024 às 12h47.
Pelo menos 22 migrantes, incluindo sete crianças, que viajavam em um barco inflável morreram afogados nesta sexta-feira, 15, no Mar Egeu, ao longo da costa do noroeste da Turquia, anunciaram as autoridades.
"Encontramos 22 corpos, incluindo os de sete crianças", disse a província turca de Çanakkale em comunicado. Um balanço anterior reportava 21 mortes, entre elas cinco crianças.
O governo afirmou que pelo menos quatro migrantes sobreviveram ao naufrágio.
O barco virou na região de Gökçeada, ou Imbros, a maior ilha da Turquia, na província de Çanakkale, no noroeste, localizada a cerca de 50 quilômetros da ilha grega de Limnos, segundo a mesma fonte.
A guarda costeira foi enviada à área para procurar outras vítimas enquanto helicópteros, drones e um avião sobrevoavam a área, informaram as autoridades locais.
A nacionalidade dos migrantes não foi informada.
O governador da província disse à agência de notícias estatal Anadolu que o naufrágio ocorreu durante a noite.
Segundo a Anadolu, várias ambulâncias foram enviadas ao porto de Kabatepe, localizado em frente à ilha de Gökçeada, para atender aos sobreviventes e transportar os corpos até os necrotérios dos hospitais.
Aumento das travessias
Muitos migrantes continuam tentando chegar à União Europeia em barcos precários da costa turca às ilhas gregas vizinhas.
Segundo a Frontex, a agência da União Europeia responsável pelo controle das fronteiras, o número de migrantes que tentou chegar à Europa através do sul do Mediterrâneo em janeiro e fevereiro é mais que o dobro dos que o fizeram no ano anterior. A maioria deles é do Afeganistão, Síria e Egito, de acordo com a agência.
A guarda costeira turca indicou que desde o início da semana resgatou ou interceptou centenas de migrantes que tentavam atravessar para a Grécia, muitas vezes acompanhados por crianças.
Pelo menos cinco pessoas morreram em meados de novembro depois que o barco em que viajavam afundou na costa da província turca de Izmir, em frente às ilhas gregas de Chios e Samos.
Segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM), 3.105 migrantes desapareceram no Mediterrâneo em 2023, o número mais elevado desde 2017. Desde janeiro, 360 migrantes morreram ou desapareceram, segundo a mesma fonte.
Um barco com pelo menos 60 migrantes virou nesta quarta-feira no Mediterrâneo, depois de partir da costa da Líbia, segundo sobreviventes resgatados pelo navio humanitário "Ocean Viking".
Em um relatório publicado no início de março, o Conselho Europeu de Refugiados e Exilados (ECRE, sigla em inglês) alertou para um aumento nas chegadas de migrantes às ilhas gregas, provenientes da Turquia.
A Turquia acolhe quase quatro milhões de refugiados em seu território, a grande maioria deles sírios, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).
Em 2016, um acordo foi assinado pela UE e Turquia para que o país mantenha refugiados sírios em seu território.