Yasser Arafat em 21 de abril de 2004: Os trabalhos começarão com a retirada da lápide e do cimento que cobrem o corpo (Hussein Hussein/AFP)
Da Redação
Publicado em 13 de novembro de 2012 às 19h46.
Jerusalém - A Autoridade Nacional Palestina (ANP) isolou nesta terça-feira o túmulo de Yasser Arafat como parte dos preparativos para a exumação de seu corpo, que será submetido a vários testes para esclarecer as causas de sua morte em 2004.
O túmulo, localizado em um mausoléu dentro do complexo de Muqata em Ramala, estará fechado ao público durante as próximas duas semanas, informou a agência palestina ''Maan''.
Os trabalhos começarão com a retirada da lápide e do cimento que cobrem o corpo, antes que nos dias 26 e 27 aconteça a exumação dos restos do ex-líder palestino.
A investigação está a cargo da Justiça francesa e a análise das amostras que serão extraídas do corpo será feita em Paris pelo laboratório Toxlab, o mesmo encarregado de examinar os documentos médicos requisitados no hospital militar de Percy (perto da capital francesa), no qual Arafat faleceu.
As causas da morte do histórico líder nunca foram divulgadas, o que suscitou especulações sobre um possível envenenamento, avalizadas em parte porque em dito hospital não submeteram o então presidente palestino a exames de metais pesados.
No alvo das acusações estão os serviços secretos israelenses, embora as teorias de conspiração não deixem fora algum tipo de colaboração por parte de palestinos que estiveram perto de Arafat em seus últimos dias.
Em Paris foi informado nesta terça-feira que um grupo de magistrados franceses, acompanhado por policiais e por um médico jurista, visitarão Ramala entre os dias 25 de novembro e 1º de dezembro para participar da exumação.
A ANP também pediu a cooperação nos exames periciais do Instituto de Radiação Física de Lausanne (Suíça) que, como parte de uma investigação da rede de televisão catariana ''Al Jazeera'' em julho, encontrou níveis anormais de polônio 210 em roupas e utensílios privados do mítico líder palestino.
Por causa dessa descoberta, sua viúva, Suha Arafat, formalizou na França uma denúncia contra suspeitos desconhecidos por um suposto envenenamento.
Além de exumar o cadáver, os investigadores franceses recuperarão a roupa do falecido e interrogarão pessoas que trabalharam e estiveram em contato com Arafat entre os dias 1º de janeiro e 28 de outubro de 2004, entre elas seus médicos.
Uma parte da equipe suíça chegou a Ramala no último dia 5 de novembro para preparar a abertura do túmulo e os testes que terão de realizar.
''Há uma completa cooperação entre nós, os investigadores franceses e os analistas suíços'', assegurou nesta semana o atual presidente da ANP, Mahmoud Abbas, que também pediu ao governo da Rússia que esteja presente durante a exumação, como testemunha.