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ANP dirá que Chevron descumpriu regra e próprio manual

Agência estuda mais rigor para análise de risco e afirma que vazamento poderia ter sido evitado

Chevron: segundo a ANP, 3,7 mil barris de óleo foram derramados em uma distância de cerca de 120 km (Luiza Castro/AFP)

Chevron: segundo a ANP, 3,7 mil barris de óleo foram derramados em uma distância de cerca de 120 km (Luiza Castro/AFP)

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Da Redação

Publicado em 18 de julho de 2012 às 22h48.

Rio de Janeiro - O resultado das investigações que a Agência Nacional do Petróleo (ANP) divulgará na quinta-feira sobre o primeiro vazamento da Chevron, no campo de Frade, indica que a petroleira norte-americana descumpriu a regulamentação e o seu próprio manual de procedimentos, antecipou a reguladora nesta quarta-feira.

O relatório informa que o vazamento poderia ter sido evitado se a petroleira tivesse operado de acordo com o previsto pelas normas brasileiras.

"Os elementos avaliados e descritos pela ANP em seu relatório demonstram, detalhadamente, que o acidente poderia ter sido evitado, caso a Chevron tivesse conduzido suas operações em plena aderência à regulamentação, em conformidade com as boas práticas da indústria do petróleo e com seu próprio manual de procedimentos", conclui a agência.

Segundo a ANP, 3,7 mil barris de óleo foram derramados em uma distância de cerca de 120 km da costa do Estado do Rio de Janeiro enquanto a petroleira perfurava um poço no campo da bacia de Campos.

A Chevron discordou, em nota, do volume estimado pela ANP, afirmando por meio de sua assessoria de imprensa que o total do derramamento somou 2,4 mil barris. "Estamos analisando a estimativa da ANP", disse a Chevron.

A empresa disse ainda estar confiante de que agiu sempre de forma diligente e apropriada, de acordo com as melhores práticas da indústria. Acrescentou que a resposta ao incidente ocorreu de acordo com as regras e os padrões do setor, lembrando que sanou a origem do vazamento em quatro dias.


Análise de risco - Uma fonte da ANP revelou à Reuters durante as investigações que a agência estuda solicitar a petrolíferas que apresentem a análise de risco das suas operações para o órgão regulador, algo que não é feito hoje.

Atualmente a análise é feita pelos próprios concessionários, baseados nas normas de segurança, mas sem apresentação à autoridade. O documento fica na própria plataforma.

"Estamos pensando em, por amostragem, nos projetos mais complicados, que as empresas compareçam à ANP para fazer uma apresentação da análise de risco", disse.

Possíveis causas - O relatório da Polícia Federal, que serviu de base ao processo judicial que corre contra a empresa, concluiu que níveis de pressão equivocados provocaram um "kick" que foi contido por uma válvula de segurança no fundo do mar. Mas, ao ser contido, o petróleo provocou uma pressão contrária rachando a rocha e abrindo uma fenda de centenas de metros abaixo do solo oceânico.

Além da pressão, a estrutura geológica da região e a falta de revestimento necessário na parede do poço teriam contribuído para o incidente.

A ANP afirmou na terça-feira, por meio de sua assessoria de imprensa, que a Chevron sofreu 25 autuações e que as multas somarão uma quantia inferior a 50 milhões de reais.

Em março ocorreu um segundo acidente. A ANP autuou a Chevron por não ter tomado as medidas necessárias para evitar um novo vazamento de petróleo na região do campo de Frade.

As investigações sobre o segundo ainda estão em andamento e não serão conhecidas por enquanto, segundo afirmou a diretora-geral da ANP, Magda Chambriard, à Reuters na terça-feira.

Quatro meses após o vazamento de mais de 2 mil barris de petróleo no campo de Frade durante atividades de perfuração, um pequeno volume de óleo vazou de uma rachadura de 800 metros a 1,2 mil metros, localizada a três quilômetros da região onde ocorreu o primeiro vazamento.

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