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Anistia Internacional faz alerta de 'retrocesso' da Argentina em questões de gênero e meio ambiente

Desta quarta até sexta, será realizada Assembleia Geral do fórum multilateral, onde se buscará aprovação de projetos sobre os quais o país colocou em dúvida seu apoio

Members of labor unions wearing Argentina's national flags protest against President Javier Milei’s emergency decree during a demonstration called by Argentina's Labor Union (CGT) outside of the Justice Palace in Buenos Aires on December 27, 2023. Argentina's libertarian President Javier Milei last week unleashed a mega-decree to change or scrap 366 economic rules in a country accustomed to heavy government intervention in the market. (Photo by Luis ROBAYO / AFP) (AFP)
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 26 de junho de 2024 às 08h14.

A Anistia Internacional (AI) expressou nesta terça-feira sua preocupação com as objeções daArgentina a projetos vinculados a gênero e meio ambiente feitas em uma reunião da Organização dos Estados Americanos (OEA), a um dia do início da Assembleia Geral do organismo em Assunção.

"A Anistia Internacional manifesta sua preocupação pela posição regressiva em consensos históricos em matéria de gênero, meio ambiente e defesa dos direitos humanos tomada pelo Estado argentino no seio da Organização dos Estados Americanos", escreveu a AI em um comunicado.

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Entre 26 e 28 de junho, será realizada a 54ª Assembleia Geral do fórum multilateral, onde se buscará a aprovação definitiva desses projetos sobre os quais a Argentina colocou em dúvida seu apoio.

O episódio ocorreu em uma reunião ordinária do Conselho Permanente da OEA na terça-feira passada em Washington, quando a representante da Argentina, Sonia Cavallo, contestou projetos de resolução vinculados à democracia, aos direitos humanos, ao meio ambiente e à perspectiva de gênero e étnica nos assuntos abordados pela organização.

"É urgente que a Argentina reveja esta postura que derruba acordos básicos sustentados durante os últimos anos, como o absoluto repúdio à violência de gênero", afirmou Mariela Belski, diretora executiva da AI.

O encontro de chanceleres e representantes de países-membros — o último com Luis Almagro como secretário-geral — se concentrará em quatro áreas: defesa da democracia, direitos humanos, segurança e desenvolvimento.

Belski destacou que o posicionamento argentino mostra "um preocupante retrocesso na política externa nacional" e que "esses antecedentes se somam ao anúncio da chancelaria de suspender a participação em eventos ligados à Agenda 2030 da ONU".

A Agenda 2030 tem como objetivos o fim da pobreza, a igualdade de gênero, a educação, a segurança alimentar, o crescimento econômico inclusivo e o combate urgente às mudanças climáticas e seus efeitos, entre outros temas. Mas o presidente argentino,Javier Milei, é seu firme detrator.

"Não vamos aderir à Agenda 2030, não aderimos ao marxismo cultural, à decadência", declarou Milei antes de ser eleito.

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