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Anistia Internacional denuncia crimes de guerra na Ucrânia

Organização disse ter documentos que provam crimes de guerra cometidos por ambos os lados do conflito


	Salil Shetty: organização pediu audiências com presidentes russo e ucraniano, mas eles negaram
 (World Economic Forum/Wikimedia Commons)

Salil Shetty: organização pediu audiências com presidentes russo e ucraniano, mas eles negaram (World Economic Forum/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 10 de setembro de 2014 às 09h03.

Moscou - A Anistia Internacional disse nesta quarta-feira ter documentos que provam crimes de guerra cometidos por ambos os lados do conflito entre forças ucranianas e separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia.

O secretário-geral da OSCE - organização de defesa dos direitos humanos -, Salil Shetty, disse em uma coletiva de imprensa em Moscou que alguns separatistas, apoiados por tropas russas, e o batalhão ucraniano Aidar cometeram abusos contra os direitos humanos em meio ao conflito que já dura cinco meses.

Citando imagens de satélite e relatos de testemunhas, Shetty disse que o envolvimento da Rússia na violência no leste ucraniano significa que o país é parte no conflito, que poderia ser responsabilizado no caso da ocorrência de crimes de guerra.

"Nós temos repetidamente levantado a questão de crimes de guerra, e em nosso relatório mais recente temos evidência documentada de crimes de guerra de ambos os lados", afirmou Shetty, repetindo as denúncias em Moscou, onde as autoridades tem negado envolvimento no conflito ucraniano.

Shetty disse que a organização pediu audiências com o presidente russo, Vladimir Putin, e o chanceler, Sergei Lavrov, mas nenhum dos dois concordou em recebê-lo ou responder às acusações.

A Rússia tem negado ser uma das partes envolvidas no conflito e recusou as denúncias de que tenha enviado soldados e armas em apoio aos separatistas.

Shetty disse que as violações de direitos humanos, incluindo espancamentos e sequestros, foram perpetradas por separatistas "que sabemos estarem sendo apoiados por forças russas" e pelo batalhão ucraniano Aidar, um grupo voluntário de defesa do território.

Ele também pediu a abertura de uma investigações sobre as acusações de ambos os lados sobre o bombardeio indiscriminado com o uso de morteiros, que levou à morte de 1.000 civis.

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