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Animação retratará adolescência de Mao Tsé-tung

Longa-metragem de animação, algo inédito para propaganda do regime na China, buscará humanizar a figura de Mao Tsé-tung para despertar o interesse das crianças


	Homem observa pintura de Mao Tse-Tung em Pequim em 2005: "desmitificar a figura de Mao é o principal objetivo do filme", disse diretora
 (AFP)

Homem observa pintura de Mao Tse-Tung em Pequim em 2005: "desmitificar a figura de Mao é o principal objetivo do filme", disse diretora (AFP)

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Da Redação

Publicado em 21 de outubro de 2013 às 12h33.

Pequim - Um longa-metragem de animação, algo inédito para a propaganda do regime na China, buscará humanizar a figura de Mao Tsé-tung para despertar o interesse das crianças no que fora o grande líder da Revolução Cultural, informou a imprensa local nesta segunda-feira.

Intitulado "Quando Mao Tsé-tung era Jovem" (em livre tradução) e em sua última fase de produção, o filme percorre a adolescência do líder chinês desde sua cidade natal, Shaoshan, na província sulina de Hunan, e foi escolhido como uma das três produções que celebrarão o 120º aniversário do nascimento do fundador da República Popular no mês de dezembro.

A ideia nasceu da diretora Lei Junlin, que, de imediato, esteve convencida que os censores não dariam um sinal verde para ela retratar Mao como um desenho animado, um tabu que até agora pesava sobre os líderes chineses.

No entanto, ao invés de vetar o projeto, o Partido Comunista aceitou a proposta e, pouco tempo depois, o projeto já era coordenado por duas companhias oficiais de produção chinesas junto à revista "Qiushi" - também ligada ao governo e com investimentos no mundo da sétima arte.

"Desmitificar a figura de Mao é o principal objetivo do filme. Como qualquer outra criança, ele era brincalhão e gostava de fazer brincadeiras. Vamos abordar esse aspecto, embora não haja muitas informações sobre a infância de Mao", explicou a diretora ao jornal independente "South China Morning Post".

Para dar mais realismo ao filme, que, inclusive, poderá ser lançado em 3D, até 600 voluntários foram enviados ao lugar de nascimento do ex-líder máximo da China para coletar informações e outras recordações.

Devido à burocracia do país asiático, o roteiro da animação teve que esperar um ano para ser aprovado, uma espera que, no entanto, não esteve relacionada a uma grande censura, segundo a diretora, que ressaltou que as autoridades só lhe "aconselharam" a não incluir o nome da cidade do nascimento do "Grande Timoneiro" no título do filme.

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