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Angra 2 é uma das usinas mais seguras do mundo

Publicação americana coloca usina brasileira no topo dos empreendimentos de energia nuclear mais produtivos e confiáveis do mundo

Angra 2 gerou em 2009 o suficiente para abastecer Belo Horizonte e Brasília, durante 1 ano, com energia elétrica (.)

Angra 2 gerou em 2009 o suficiente para abastecer Belo Horizonte e Brasília, durante 1 ano, com energia elétrica (.)

Gabriela Ruic

Gabriela Ruic

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h37.

São Paulo - Usina de energia nuclear Angra 2, localizada no município de Angra dos Reis (RJ) está entre as mais produtivas, seguras e confiáveis do mundo, segundo dados da revista Nucleonics Week.

Essa não é a primeira vez que o empreendimento ganha um reconhecimento internacional deste tipo. Ano passado, a World Associations of Nuclear Operators (WANO) colocou a usina em 21º lugar em desempenho. Em 2009, a geração da unidade foi de 10.153.593,49 Megawatts-hora (MWh), energia suficiente para abastecer, durante um ano, as cidades de Belo Horizonte e Brasília.

A usina termonuclear Angra 2 foi a segunda do país a ser construída no Centro Nuclear Almirante Álvaro Alberto e começou a operar no ano 2000. A primeira, Angra 1, recebeu licença para operação em 1982 e seus reatores dedicam-se a geração de energia para a movimentação de navios e submarinos.  A última usina do complexo, Angra 3, será concluída em 2014, conforme informou a Eletronuclear. Juntas, Angra 2 e 3 terão um potencial gerador de energia elétrica de 2755 MWh.

Estudo conduzido pela Associação Brasileira de Energia Nuclear (Aben) concluiu que usinas nucleares emitem a quase que a mesma quantidade de CO2 na atmosfera que matrizes eólicas ou hidrelétricas. Para a Organização das Nações Unidas (ONU), essas usinas, por seu caráter limpo, podem ser atores importantes na contenção do aquecimento global.

Reservas de Urânio

Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o Brasil ocupa o 7º lugar em volume de reservas de urânio, combustível utilizado nos reatores nucleares. Ao todo são 278,7 mil toneladas, que correspondem a 6% da reserva mundial. A maior reserva do país fica em Caetié (BA) e possui 100 mil toneladas, quantidade suficiente para abastecer todo complexo de Angra (1, 2 e, a partir de 2014, 3) durante 100 anos.

O físico Antonio Mazzaro, superintendente de Angra 2, frisa que o volume total das reservas de urânio disponíveis no país ainda é incerto. "Não exploramos o potencial em sua totalidade, é possível que se tenha muito mais do que esse número".

A extração do minério é feita no Brasil pela Indústrias Nucleares do Brasil (INB), que é responsável por todo o método de transformação do urânio em elemento combustível, utilizado em Angra 2. Dentre as etapas, apenas a parte de enriquecimento, cujo valor é de 35% do processo total, ainda não é realizada no país em escala industrial.

A INB estima que, até 2014, o Brasil estará preparado para realizar todo o ciclo de produção. Atualmente, o enriquecimento do urânio é feito na Europa.

No Brasil, as usinas nucleares são administradas pela Eletronuclear, subsidiária da Eletrobrás. De acordo com a instituição, até 2030 estão previstas mais quatro instalações nucleares, segundo o Plano Nacional de Energia. Serão duas unidades no Nordeste e outras duas na região Sudeste, ainda em fase de planejamento. 
 

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