Mundo

Aneel indefere pedido da Bertin para termelétricas

O grupo pedia a devolução das outorgas das usinas, que estão com o cronograma de implantação atrasado, sem aplicação de penalidade

Bertin Energia: grupo terá que pagar uma multa de 71 milhões de reais à CCEE por não entregar a energia em janeiro e fevereiro (Divulgação)

Bertin Energia: grupo terá que pagar uma multa de 71 milhões de reais à CCEE por não entregar a energia em janeiro e fevereiro (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de julho de 2012 às 19h50.

Brasília - A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) indeferiu o pedido de revogação amigável das autorizações de instalação e contratos de venda de seis usinas termelétricas do grupo Bertin: MC2 Dias D'Ávila 1, MC2 Dias D'Ávila 2, MC2 Feira de Santana, MC2 Senhor do Bonfim, MC2 Catu e MC2 Camaçari. O grupo pedia a devolução das outorgas das usinas, que estão com o cronograma de implantação atrasado, sem aplicação de penalidade.

Em seu voto, o relator do processo, Julião Coelho, afirmou que a Bertin somente entregou o pedido de revogação amigável à Aneel quando o atraso na implantação das termelétricas superava 15 meses. "Talvez pudéssemos ter analisado esse pedido se a empresa o tivesse apresentado com a devida antecedência", afirmou. "Dado o contexto, o pleito de revogação amigável das autorizações relacionadas as seis usinas não pode prosperar."

As usinas venderam 611 MW médios no leilão A-3 de 2008 e deveriam operar desde o ano passado. Todas essas usinas já receberam termos de intimação para revogação das autorizações, devido ao atraso no cumprimento do cronograma, ausência de aporte de garantias financeiras e falta de pagamento de penalidades impostas pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).


A partir de agora, a Aneel dará prosseguimento aos processos administrativos que podem resultar na revogação punitiva das autorizações, na extinção dos contratos e na execução das garantias depositadas para os empreendimentos.

De acordo com a Bertin, as usinas estão em fase de construção. Apesar da negativa da Aneel, a empresa sustenta que a decisão está em linha com suas expectativas. "A forma de execução das garantias vinculadas a estes empreendimentos é parte do plano de reestruturação apresentado à agência, em que se pretende que os recursos destas garantias sejam direcionados de modo a gerar benefício para os consumidores, de forma parcelada", informou a Bertin, por meio de nota.

A Bertin apresentou um plano de reestruturação de suas operações à Aneel e obteve liminar na Justiça que impede a cassação de qualquer outorga antes que todos os pedidos que fazem parte do plano sejam julgados. São processos que envolvem 17 empreendimentos, dos quais 11 pedem revogação amigável e outros seis requerem a mudança no local de instalação.

Sobre a Bertin, a Aneel já revogou a outorga da usina termelétrica José de Alencar e avalia o pedido de transferência de outras duas para o grupo MPX. O superintendente de Concessões e Autorizações de Geração da Aneel, Hélvio Neves Guerra, avalia que é possível que as 17 usinas tenham a outorga revogada. Nesse caso, a cassação reduziria a sobrecontratação das distribuidoras que assinaram contratos com essas usinas, o que aumentaria a demanda por energia no próximo leilão A-3, que deve ocorrer em outubro. Foi devido à baixa procura que o governo adiou por duas vezes o leilão, que deveria ocorrer em março, depois, em junho, e, agora, em outubro.

Acompanhe tudo sobre:AneelEnergiaEnergia elétricaServiços

Mais de Mundo

Netanyahu oferece quase R$ 30 milhões por cada refém libertado que permanece em Gaza

Trump escolhe Howard Lutnick como secretário de Comércio

Ocidente busca escalada, diz Lavrov após 1º ataque com mísseis dos EUA na Rússia

Biden se reúne com Lula e promete financiar expansão de fibra óptica no Brasil