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América Latina manteve confiança na democracia, diz pesquisa

Os 3 países que menos demonstram apoio à democracia são Peru, com 60,1%, Honduras, com 62,6%, e Guatemala, com 62,8%

Segundo a pesquisa, o Uruguai é o latino-americano que mais acredita na democracia (Matt Rubens/Wikimedia Commons)

Segundo a pesquisa, o Uruguai é o latino-americano que mais acredita na democracia (Matt Rubens/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 21 de janeiro de 2011 às 17h31.

Washington - Os valores democráticos da América Latina se mantiveram sólidos apesar da recente crise econômica, embora a região deva estar atenta ao efeito corrosivo na democracia do crime e da corrupção, indicou uma pesquisa divulgada esta sexta-feira em Washington.

O apoio à democracia caiu, mas muito levemente, de 72,5% em média em todo o continente em 2008 a 71,4% em 2010, segundo o mais recente Barômetro das Américas do Projeto de Opinião Pública da América Latina (LAPOP, na sigla em inglês), que faz pesquisas em 26 países da região.

"Nossa grande surpresa foi que à luz da mais severa crise que enfrentamos nas Américas desde a Grande Depressão, os valores democráticos se tornaram extremamente resistentes", disse a jornalistas do diretor do LAPOP, Mitchell Seligson.

Os três países onde se registrou maior apoio à democracia em 2010 foram Uruguai (86,2%), Costa Rica (80,4%) e Argentina (79,6%).

Em sentido contrário, os três que fecham a lista são Peru (60,1%), Honduras (62,6%) e Guatemala (62,8%).

O principal fator a favor da popularidade da democracia na região é o arranjo que os valores democráticos e os direitos humanos tiveram nas últimas décadas, explicou Seligson.

"Em uma região do mundo onde não faz muito tempo os regimes torturavam e assassinavam, a proteção dos direitos humanos é dramaticamente superior agora", disse Seligson.

Os pesquisadores explicaram o caso da Venezuela, onde continua havendo confiança na democracia.

"Os venezuelanos têm uma longa histórica democrática. O fenômeno (do presidente Hugo) Chávez não é necessariamente a norma", disse Elizabeth Zechmeister, também do LAPOP.

"O 'lado obscuro' do nosso estudo é a crescente preocupação com o crime e a incapacidade da maior parte dos países para reduzir a corrupção", disse o diretor do LAPOP, que recebe o apoio da agência de ajuda exterior americana, USAID.

O país onde as pessoas disseram se sentir mais inseguras foi o Peru (53%).

Foram registrados altos índices também na Argentina (52%), El Salvador (49,7%) e Venezuela (49,2%), enquanto os países onde o povo se sente menos inseguro são Estados Unidos (22,5%), Canadá (23,7%) e Costa Rica (32,2).

A corrupção é especialmente preocupante no Haiti, onde mais da metade das pessoas disseram ter sido vítimas de algum suborno no último ano, acrescentou o estudo.

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