Mundo

Amanda Knox é condenada novamente por calúnia na Itália

Americana foi condenada em caso relacionado ao assassinato de sua companheira de apartamento

Amanda Knox sofreu mais um revés contra a justiça italiana. (Tiziana Fabi/AFP)

Amanda Knox sofreu mais um revés contra a justiça italiana. (Tiziana Fabi/AFP)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 5 de junho de 2024 às 10h43.

Em uma reviravolta no caso que a prendeu por anos, a americana Amanda Knox foi condenada novamente por calúnia nesta quarta-feira (5) por um tribunal italiano. A pena de três anos, no entanto, não terá impacto prático, pois o tempo já cumprido por Knox na cadeia a cobre. As informações são da agência de notícia Reuters.

Knox, que já havia passado quatro anos presa pelo assassinato da estudante britânica Meredith Kercher em 2007, antes de ter sua condenação anulada em 2015, retornou à Itália para tentar limpar seu nome neste último caso legal contra ela.

O tribunal de apelação de Florença manteve o veredicto anterior que condenava Knox por ter acusado falsamente o congolês Patrick Lumumba, dono de um bar, de ser o assassino de Kercher. Knox, que estava presente no tribunal com seu marido, Christopher Robinson, declarou que pretende recorrer da decisão à Suprema Corte da Itália.

Acusações contra a polícia

Knox já havia acusado a polícia italiana de usar métodos coercitivos, como ameaças e violência, para obrigá-la a incriminar Lumumba. "Fui ameaçada com 30 anos de prisão e um policial me deu três tapas na cabeça dizendo 'Lembre-se, lembre-se'", disse ela ao tribunal. "Lamento profundamente não ter tido força suficiente para resistir à pressão da polícia", acrescentou, em italiano.

O assassinato da estudante britânica Meredith Kercher, de 21 anos, na cidade de Perugia, e os julgamentos subsequentes que se seguiram dominaram as manchetes dos tabloides e inspiraram livros e filmes. Em 2019, a Corte Europeia de Direitos Humanos determinou que houve falhas no processo durante o interrogatório de Knox, e no ano passado, a Suprema Corte da Itália ordenou um novo julgamento no caso de calúnia.

Relembre o caso

Amanda Knox e seu então namorado, Raffaele Sollecito, foram inicialmente condenados pelo assassinato de Meredith Kercher em 2007. Kercher, uma estudante britânica de 21 anos, foi encontrada morta em sua casa em Perugia, Itália, onde ela e Knox dividiam o apartamento. A cena do crime e as investigações subsequentes atraíram atenção global, levando a uma série de julgamentos e apelações.

Knox e Sollecito passaram quatro anos na prisão antes de suas condenações serem anuladas em 2011 devido à falta de provas conclusivas e erros na investigação. Em 2015, a Suprema Corte da Itália finalmente absolveu ambos, encerrando um caso que havia se tornado um drama jurídico internacional.

No entanto, o caso de calúnia envolvendo Knox e Lumumba continuou. Durante o interrogatório policial, Knox inicialmente acusou falsamente Lumumba de ser o assassino, uma alegação que ela mais tarde retratou, alegando coerção e maus-tratos pela polícia. Lumumba foi rapidamente liberado após seu álibi ser confirmado. A condenação por calúnia de Knox foi mantida, resultando na recente sentença de três anos de prisão, embora sem impacto prático devido ao tempo já cumprido.

Acompanhe tudo sobre:CrimeEstados Unidos (EUA)Itália

Mais de Mundo

Putin vai ao Vietnã tentar fortalecer aliança histórica focada em armas – e agora no petróleo

Por que Putin gosta de viajar em aviões russos antigos?

Novas pesquisas preveem vitória trabalhista histórica nas eleições britânicas

Líder do Hezbollah diz que 'nenhum lugar' de Israel estará a salvo em caso de guerra

Mais na Exame